> >
Centro de Vitória: 383 imóveis notificados por dano estrutural em 90 dias

Centro de Vitória: 383 imóveis notificados por dano estrutural em 90 dias

No período de novembro de 2023 a fevereiro de 2024, prefeitura avaliou diversos imóveis na região central, onde 49 já foram multados por irregularidades

Publicado em 21 de fevereiro de 2024 às 16:11

Ícone - Tempo de Leitura 3min de leitura
Marquise de antigo prédio da Caixa Econômica Federal no Centro de Vitória desabou
Marquise de antigo prédio da Caixa Econômica Federal no Centro de Vitória desabou. (Paulo Ricardo Sobral)
João Barbosa
Repórter / [email protected]

Rachaduras, sobrecarga estrutural, acabamento precário e ferragens expostas. Esses são alguns dos problemas observados em prédios do Centro de Vitória, que tem quase 400 imóveis notificados pela Secretaria de Desenvolvimento da Cidade e Habitação (Sedec) devido a danos na estrutura.

Em entrevista para A Gazeta, o secretário titular da pasta, Luciano Forrechi, afirmou que a região central do município tem 383 imóveis com algum dano que oferece risco a terceiros ou “a sua própria estrutura”.

“Acompanhamos a situação de 383 imóveis desde novembro de 2023. Separamos em diferentes graus de risco, sendo baixo, médio e alto. Dentro dessas classificações, 117 imóveis fizeram as ações corretivas e 49 já foram multados”, disse Forrechi.

Segundo o secretário, os 217 imóveis que não foram multados ou ainda não fizeram as ações corretivas são acompanhados constantemente por equipes técnicas da Sedec.

Ainda assim, apesar do acompanhamento do Executivo municipal, a marquise de um edifício desabou na madrugada desta quarta-feira (21) durante as chuvas que atingiram a Capital. O imóvel estava entre os que haviam recebido notificação da prefeitura, mas nada havia sido feito para correção dos danos.

“Quando um imóvel é notificado, o proprietário tem cinco dias para resolver o problema. Se ele não consegue fazer isso neste período, ele pode solicitar ao município que faça algum tipo de interdição ou de proteção, mas isso fica sob responsabilidade do proprietário. Por exemplo, se é uma fachada, ele pode colocar uma tela de proteção ou qualquer outra coisa que garanta a segurança do espaço”, explicou Luciano Forrechi.

Segundo o secretário, o proprietário que não atende à solicitação da Sedec no prazo estipulado, é multado em R$ 1.174,14 a cada cinco dias. No caso do prédio que teve a marquise colapsada, a responsabilidade era do Poder Judiciário Estadual, que pretendia reformar o espaço para receber unidades do Tribunal de Justiça do Espírito Santo (TJES).

Em nota, o TJES afirmou que o Poder Judiciário do Estado do Espírito Santo lamenta profundamente a queda da marquise do Edifício Jerônimo Monteiro, e informa que estão sendo adotadas todas as providências necessárias. Esclareceu ainda que, no ano de 2017, a União cedeu a posse do imóvel, mas que diante da inviabilidade do custo na utilização e adaptação do imóvel, em 2022 o Tribunal optou por devolvê-lo.

"O Tribunal informa ainda que, enquanto aguarda as providências para a efetiva devolução, mantém, em tempo integral, equipe de vigilância para evitar possíveis depredações ao bem público. Apesar do incidente ocorrido, informa que não houve vítimas e que já foram iniciados os trabalhos de interdição, sinalização do local e remoção dos entulhos", destacou.

Crea-ES quer avaliação em todas as marquises da cidade

Após o desabamento no Centro, o presidente do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Espírito Santo (Crea-ES), o engenheiro Jorge Silva, enviou na manhã desta quarta-feira (21), um ofício à Defesa Municipal de Vitória solicitando que o município vistorie todas as marquises da Capital.

No documento, Jorge Silva alerta que, “diante da emergência ocorrida e do estado das marquises que existem no município, a medida é extremamente necessária para evitar novos riscos de colapsos dessas estruturas e evitar graves acidentes a vida humana”.

Entretanto, Luciano Forrechi, secretário responsável pela Sedec, afirma que essa avaliação já é feita constantemente pela pasta.

"Nós já fazemos isso. Temos equipes destacadas que avaliam as estruturas em três níveis de risco: baixo, médio e alto. Então, garantimos que fazemos a avaliação em diversos imóveis, em várias regiões de Vitória", assegurou o secretário.

Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rapido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem

Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta

Tags:

A Gazeta integra o

The Trust Project
Saiba mais