Arroz, feijão, macarrão, óleo, café... bastariam só mais algumas palavras para descrever item por item da cesta básica brasileira. Porém, no Estados Unidos da América (EUA), a turismóloga capixaba Tathiana Queiroz Gozzi de Lima precisou de três minutos para mostrar todos os alimentos que recebeu.
A quantidade e variedade das comidas impressionam: seis sacos de maçã, uma caixa com vários pés de alface, dois pacotes de arroz e mais dois de feijão, vários quilos de batata frita, duas caixas de cereal, abacaxi em calda, dezenas de pães, frango, latas de refrigerante, garrafinhas de leite e a lista ainda continuaria com mais dez itens.
Exatamente por esse motivo, o vídeo que ela gravou apenas para a família e os amigos que moram no Brasil acabou sendo repassado, caindo na internet e viralizando. Somente em uma das páginas em que aparece, já são mais de 270 mil compartilhamentos e 73 mil interações.
A ideia não era postar em lugar algum. Fiz isso para mostrar como as coisas estavam funcionando por aqui, porque tem muita gente preocupada com a nossa situação, disse Tathiana. Ontem (quinta-feira, 2), uma amiga me ligou brincando que eu estava famosa. Quando vi que já estava internet, resolvi publicar também, continuou.
Recebida no dia 24 de junho, a cesta nada básica é resultado do trabalho conjunto de organizações não governamentais (ONGs) e supermercados e empresários, que fazem as doações dos alimentos. De acordo com a capixaba, as comidas variam, justamente, conforme o que é doado por eles.
O tamanho da última cesta só foi percebida por ela ao chegar em casa. Nós vamos com o carro e os voluntários colocam as comidas no porta-malas, para evitar o contato físico. Tem semana que não tem leite, mas tem ovo. Outra que não tem manteiga, mas tem biscoito. Uma acaba complementando a outra, explicou.
Ainda segundo Tathiana, quase todos os dias ela recebe aviso de distribuição de alimento, por meio das redes sociais da comunidade brasileira, que é muito forte na cidade de Orlando, na Flórida. Hoje (sexta-feira, 2) à tarde tem outra. Dessa vez, não vamos, porque estamos bem abastecidos, revelou.
Nascida em Vitória, faz três anos e meio que ela saiu do Espírito Santo para fazer o curso de inglês no exterior. O marido Rodrigo e a mãe Thereza Christina estão morando com ela. Assim como o pequeno Nicolas, filho do casal, que já nasceu no EUA. Por Tathiana ter ido com visto de estudante, eles não podem trabalhar por lá.
Para conseguirem se manter, ela continua comandando a agência de viagens que tem em Vitória, enquanto o esposo também gerencia uma empresa de exportação de granito. Porém, durante a pandemia, não só o faturamento dos negócios caíram, como o dólar se valorizou.
Sem saber como o futuro vai se desenhar, a família tenta continuar em Orlando, pelo menos, até o término do curso, previsto para meados de 2021. Confesso que quando toda essa confusão começou, ficamos preocupados e cogitamos voltar para o Brasil; mas decidimos ficar, contou Tathiana.
Depois da conclusão, o rumo também é incerto, principalmente por causa do bebê. Como ele nasceu aqui, teria acesso a uma educação pública de qualidade e poderia crescer com dois idiomas. No entanto, no Brasil, temos a família que não nos deixa faltar nada. Vai depender de muitos fatores, comentou.
Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rapido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem
Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta