O município de Muqui, no Sul do Espírito Santo, revela belezas em diversos ângulos. Conhecida pelas tradicionais folias de reis, a cidade também guarda na arquitetura das antigas casas, na praça e na igreja um pouco da história do Brasil Colônia e do glamour patrocinado pelo império do café.
Muqui, palavra de origem indígena, significa entre morros. Em meio às serras sulinas, a cidade está a 175 km de Vitória, Capital do Estado. Possui apenas 15.602 mil habitantes, conforme dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Pequena em população, mas grandiosa em detalhes, conservados até hoje. Segundo dados do município, em função das fazendas de café, Muqui viveu um período de riqueza nas décadas de 1920 e 1930.
Boa parte da história começa em 1902, ano de inauguração da Estação Ferroviária, um dos pontos turísticos do Centro da cidade. “Ainda nos anos de 1800, existiam algumas fazendas e um pequeno núcleo no entorno do que hoje é a cidade de Muqui, uma grande produção cafeeira. A cidade nasce em função da necessidade de escoar esta produção para os portos do Rio de Janeiro”, conta a secretária de Cultura de Muqui, Joelma Consuelo.
Confira três locais locais para vivenciar a hospitalidade rural, a cultura viva e a beleza inusitada de Muqui.
A Igreja Matriz São João Batista se destaca no Centro da cidade. Os vitrais foram fabricados em São Paulo e no Rio de Janeiro. Já as pinturas internas, ricas em detalhes, são do italiano Giuseppe Irlandini, executadas na década de 1940. Segundo a arquiteta, Daniellly Narducci, além de detalhes em bronze, o altar e a mesa são de mármore carrara (pedra natural nobre de origem italiana, caracterizada por ser branca com veios cinza). Os produtos vieram de doações para a igreja, que demorou 25 anos para ficar pronta.
Outro ponto que merece destaque é a praça, ou melhor, Jardim Municipal de Muqui, arborizado em 1919. Ele foi construído junto com o desenvolvimento da cidade e traz características dos jardins franceses, com formas geométricas, estilo "Versailles". De acordo a secretária de Cultura de Muqui, Joelma Consuelo, o desenho clássico dos canteiros é também encontrado em várias casas do sítio histórico. Os canteiros têm uma bordadura, de uma planta rasteira, que faz o desenho e, no meio, há flores e grama. O terreno de 1.972 metros quadrados foi doado pelo Bispo Benedito Paulo Alves de Souza.
O Sítio Histórico e Paisagístico de Muqui (nome dado ao conjunto de imóveis históricos dentro da área urbana) é considerado um dos maiores do Estado e teve o tombamento aprovado pela Secretaria Estadual de Cultura (Secult). Ao todo, 186 imóveis são tombados, entre casarões, sobrados e palacetes. Acompanhando o desenvolvimento da cafeicultura, os imóveis são do século XX.
Muqui foi colonizada por portugueses, italianos, espanhóis, holandeses e sírio libaneses, que valorizavam atividades comerciais. Uma característica de muitas casas é de que o pavimento inferior era ou para a estocagem do café ou para o comércio e os demais, para habitação. Uma das casas que abre as portas para receber os vistantes é o Solar do Lagarto (foto), onde é possível passar a noite e tomar um café da manhã. A reserva pode ser feita pelo telefone (27) 99911- 7868.
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