Repórter / vzagoto@redegazeta.com.br
Publicado em 5 de maio de 2022 às 08:44
- Atualizado há 3 anos
Com custo de R$ 127 milhões, as obras da Ciclovia da Vida, na Terceira Ponte, avançam e os acessos por Vila Velha e Vila Velha estão definidos. Até maio, quando a reportagem foi publicada, não havia definição de como seria o acesso no lado de Vitória, mas no dia 23 de junho, o governo do Estado confirmou como fica a entrada e a saída da estrutura na Capital.
No lado canela-verde, o projeto mostra que o acesso à Ciclovia da Vida será por baixo da Terceira Ponte e as pistas destinadas exclusivamente aos ciclistas serão conectadas diretamente à ciclovia da Avenida Champagnat, que chega até a orla da Praia da Costa, sem a necessidade de intervenções adicionais nas ruas.
Já na Capital, ainda não havia uma definição de como seriam esses acessos, conforme informou a Secretaria de Estado de Mobilidade e Infraestrutura (Semobi) na época.
Em nota, a pasta destacou que o lado de Vitória estava em definição e que a operação da Ciclovia da Vida contará com controle de acesso. O uso do CartãoGV é uma das possibilidades, mas não haverá nenhuma cobrança. Já a inclinação para os ciclistas será de 4,5%, de acordo com a secretaria. Leia a nota na íntegra.
Em relação aos acessos, em Vila Velha, a ciclovia da Vida será ligada a ciclovia da Avenida Champagnat, sem a necessidade de intervenções adicionais. Já o lado de Vitória ainda está em definição. A operação da Ciclovia da Vida contará com controle de acesso, que também está em fase de definição. O uso do CartãoGV é uma das possibilidades. Contudo, já está definido que não haverá nenhum tipo de cobrança para o acesso. A inclinação média é de 4,5%.
O arquiteto e professor Tarcísio Bahia destaca que não é recomendável rampas com inclinação acima de 5%, então os 4,5% estariam perto do limite. No entanto, essa porcentagem é para percursos curtos, o que não é o caso da Terceira Ponte.
Tarcísio Bahia
Arquiteto, professor da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) e diretor do Instituto de Arquitetos do Espírito Santo (IAB/ES)"Imagine a velocidade que a bicicleta ganha descendo aquela imensa ladeira. Se o freio não estiver bem regulado, fica complicado parar a bicicleta. Ali é uma via urbana, cuja ciclovia está sendo construída para o dia a dia, e não para atletas (mesmo amadores, porém praticantes frequentes que possuem bons equipamentos, preparo, participam de competições)", avalia o arquiteto.
Questionada pela reportagem sobre a necessidade de intervenções no trânsito da Enseada do Suá, a Prefeitura de Vitória enviou nota informando que a Secretaria de Desenvolvimento da Cidade e Habitação (Sedec) intimou a Secretaria de Mobilidade e Infraestrutura (Semobi), do governo do Estado, em junho de 2021, para que ela apresentasse o projeto das plataformas das obras da Terceira Ponte e a Anotação de Responsabilidade Técnica (ART) ou o Registro de Responsabilidade Técnica (RRT) da execução dos serviços.
Evidenciou ainda que solicitou à Semobi a apresentação dos estudos e projetos acerca dos acessos necessários à ciclovia que está sendo implantada. "A Sedec destaca que se faz necessário à gestão municipal o conhecimento das repercussões da implantação da ciclovia. Até o presente momento, no entanto, esses estudos e projetos não foram apresentados. A Sedec ressalta, ainda, que o município acompanha o avanço das obras da ciclovia", finalizou a nota.
A reportagem de A Gazeta procurou a Semobi para saber como anda o trâmite com esses documentos requeridos. A pasta enviou nota sobre o assunto, em que também se posicionou sobre o que foi comentado pelo arquiteto e professor Tarcísio Bahia, ouvido pela reportagem.
A Secretaria de Mobilidade e Infraestrutura esclareceu que os projetos de chegada em Vitória ainda estão em execução e serão encaminhados em tempo hábil para análise da prefeitura, assim como foi feito nos projetos do Portal do Príncipe, Carapina (trecho da Capital) e aquaviário.
Com relação à inclinação da ciclovia, a Semobi disse que "o Manual de Projeto Geométrico de Travessias Urbanas do DNIT, assim como o Manual Brasileiro de Sinalização de Trânsito — Vol. III — Sinalização Cicloviária, do Contran (Conselho Nacional de Trânsito), recomendam a utilização de ciclovias com inclinação inferiores a 5%, mas não proíbem inclinações superiores".
Ainda na nota, a pasta afirmou que inclinação média da Ciclovia da vida é de 4,5%, estando, portanto, abaixo do recomendado pelos manuais técnicos. "Ainda assim, é importante ressaltar que não há uma vedação a implantação de um equipamento público ecologicamente sustentável e que promove o bem-estar da população. Caso contrário, locais com relevo mais acidentado não poderiam ter ciclovias, como é o caso de Belo Horizonte, cidade com cerca de 90 quilômetros de ciclovia e onde a inclinação média das vias é de 8,2%".
Por fim, a Semobi reforçou que a implantação de uma ciclovia na Terceira Ponte é uma demanda da sociedade, sendo que a proposta entrou no orçamento do Estado como a iniciativa popular mais votada. "O conjunto de intervenções da Terceira Ponte contemplam, além da ciclovia da Vida, a ampliação de capacidade de tráfego da ponte, incremento turístico com a inclusão de mirante no vão central e equipamento de proteção a vida", finalizou.
Na segunda-feira (2), começou a montagem da Ciclovia da Vida no vão central da Terceira Ponte. O projeto e a ampliação da ponte estão sendo executados pelo governo do Estado, por meio da Secretaria de Estado de Mobilidade e Infraestrutura (Semobi).
Próximo ao vão central, a estrutura da ciclovia terá um alargamento, chegando a seis metros e funcionará como um mirante. Neste ponto, parte da grade antiescalada será substituída por vidro. As pistas da ciclovia serão de sentido único: uma para Vitória e uma para Vila Velha. Veja abaixo imagens do projeto.
Projeto mostra como vai ficar a Ciclovia da Vida, de Vitória a Vila Velha
O Consórcio Ferreira Guedes Metalvix é responsável pelas obras, contratadas pelo valor de R$ 127 milhões e que incluem a construção e proteção da ciclovia, além da ampliação de quatro para seis faixas na ponte. O prazo para conclusão é maio de 2023.
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