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Ciclovia na Rio Branco: moradores vão definir destino da obra

Ciclovia na Rio Branco: moradores vão definir destino da obra

Dois projetos serão apresentados pela Prefeitura de Vitória em audiência pública na próxima quinta-feira (29) para buscar um consenso; entenda o impasse

Publicado em 27 de julho de 2021 às 02:00

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Obras para construção de ciclovia no canteiro central da Avenida Rio Branco, em Santa Lúcia
Obras para construção de ciclovia na Rio Branco: apenas o trecho situado no bairro Santa Lúcia foi executado. (Fernando Madeira)
Aline Nunes
Repórter de Cotidiano / [email protected]

A proposta de implantação da ciclovia na Avenida Rio Branco, no trecho que compreende o bairro Praia do Canto, em Vitória, terá um novo capítulo nesta semana, com a realização de uma audiência pública na quinta-feira (29). A prefeitura vai apresentar dois projetos e espera conseguir o aval da comunidade para poder lançar o edital e contratar a empresa que vai executar a obra que, após concluída, vai completar um anel cicloviário do município. 

A discussão em torno da ciclovia no bairro é antiga — pelo menos desde 2013, no início da gestão de Luciano Rezende, já se pensava em delimitar um espaço de circulação segura para os ciclistas. O presidente da Associação de Moradores da Praia do Canto (AMPC), Sérgio Magalhães, conta que, em 2019, o ex-prefeito apresentou um projeto pelo qual suprimia 92 vagas de estacionamento ao longo da avenida, no sentido Ponte Ayrton Senna-Santa Lúcia, para poder  instalar a ciclovia.

A proposta foi recusada pela comunidade, que, com o apoio do morador Luiz Carlos Menezes, engenheiro e especialista em mobilidade,  fez um novo projeto, desta vez com a ciclovia no canteiro central e mantendo todas as vagas de estacionamento. A ideia foi submetida à avaliação em uma assembleia de moradores e aprovada, porém não foi executada pela gestão passada.

MAIS UMA PROPOSTA

Logo após assumir, a atual administração municipal surgiu com uma nova proposta: mantinha a ciclovia no canteiro central, porém as vagas de estacionamento também seriam deslocadas para esse ponto da pista, e o lado direito da avenida ficaria livre para a circulação de veículos. 

Diante da proposta da prefeitura, a AMPC fez uma assembleia e 28 associados participaram - cerca de um terço dos membros. Entre os presentes no encontro, Sérgio Magalhães aponta que 26 recusaram a mudança do estacionamento para o canteiro central, e a decisão foi comunicada na última semana ao município. 

Marcelo de Oliveira, titular da Secretaria de Desenvolvimento da Cidade e Habitação (Sedec), afirma que a implantação da ciclovia se dará com a anuência da comunidade e que, por essa razão, a administração vai levar para a audiência pública dois projetos: o que coloca ciclovia e estacionamento no canteiro central e o que mantém as vagas dos veículos do lado direito da avenida. O secretário observa que a segunda proposta, que inicialmente havia sido apresentada pela AMPC, passou por ajustes técnicos para se tornar viável.

Ele diz ainda ambas têm prós e contras, uma vez que a implantação se dará com a cidade já consolidada. "Em um espaço urbano vazio, não haveria problemas", constata Marcelo de Oliveira.

RECLAMAÇÃO

Um ponto de reclamação de moradores, no caso de estacionamento no canteiro central, seria a dificuldade com prestadores de serviços, como caminhão de gás e mudança. Marcelo de Oliveira argumenta que, mesmo hoje, quando esses veículos estacionam à direita, é preciso fechar uma pista porque as dimensões ultrapassam o limite da vaga. 

Caso as vagas de estacionamento sejam mantidas à direita da avenida, a ciclovia deverá receber um gradil em toda a sua extensão para proteger os ciclistas e os pedestres deverão se deslocar por um trecho maior para fazer a travessia. Essa é uma das mudanças do projeto inicial da comunidade e que, afirma Marcelo de Oliveira,  precisou ser ajustado para que a ciclovia seja mais segura. Ao passo que, segundo defende o secretário, colocar o estacionamento no canteiro central permitiria a instalação da ciclovia com espaço mínimo de 1,20 metro para os praticantes do pedal e outros 90 centímetros para pedestres, sem a necessidade de grades.

Todos os aspectos técnicos serão apresentados na audiência, que está marcada para o dia 29, às 19 horas, na Escola Estadual Irmã Maria Horta, situada no bairro. "Vamos mostrar as duas propostas, com os projetos estudados tecnicamente para discutir, mas é a comunidade que é a dona da vontade", assegura Marcelo de Oliveira. 

Sérgio Magalhães destaca que a audiência é uma forma de ampliar o debate sobre a ciclovia, mas diz que a entidade deverá manter o posicionamento adotado na última assembleia. 

"É bom frisar também, até para ajudar no processo, que só está faltando esse pedaço para o anel cicloviário se formar, ligando o Centro de Vitória à Praia de Camburi. O trecho é fundamental e é importante que essa situação se resolva logo; isso vai ser bom não apenas para a Praia do Canto, mas para a cidade", ressalta. 

A Comissão de Mobilidade da Câmara de Vitória propôs a audiência pública e, segundo ressalta o vereador Armandinho, presidente do grupo, o debate é indispensável para que não restem dúvidas para a comunidade sobre o modelo que será adotado. 

O secretário Marcelo de Oliveira acrescenta que, com uma definição sobre as propostas apresentadas, o projeto será finalizado entre agosto e setembro para, então, a prefeitura lançar o edital que vai selecionar a empresa executora da obra. Ainda não há estimativa sobre o prazo de implantação após a ordem de serviço. 

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