A malha cicloviária de Vitória está passando por reformas. A obra, avaliada em cerca de R$ 6,3 milhões, teve início em 30 de setembro e prevê a recuperação e adequação de 30 quilômetros de ciclovias e ciclofaixas em vários pontos da cidade até o fim de novembro.
De acordo com a Prefeitura de Vitória, o primeiro passo da obra foi a fresagem (retirada de toda a camada de pavimento asfáltico) das ciclovias e melhoria do sistema de microdrenagem, para escoamento de águas das chuvas. Em seguida, será realizado o asfaltamento de cada uma delas.
A sinalização dos trechos e realização da conectividade em todas as ciclorrotas é outro passo destacado pela prefeitura. As ciclorrotas são zonas compartilhadas de circulação entre ciclistas e veículos, onde há zona reduzida de velocidade. O objetivo é interligar a malha cicloviária aos bairros da cidade.
A obra de manutenção e recuperação das ciclovias atenderá diferentes pontos da capital. A PMV informou que serão atendidas as seguintes localidades:
O crescente número de bicicletas nas ruas mudaram o cenário dos veículos no trânsito. Em junho de 2020, uma pesquisa da Associação Brasileira do Setor de Bicicletas (Aliança Bike) revelou que o país apresentou crescimento nas vendas de bikes em maio, junho e julho em relação ao mesmo período no ano anterior.
Para trazer segurança aos usuários, as ciclovias, ciclorrotas e ciclofaixas são criadas nas cidades e, apesar de terem nomes parecidos, suas características são distintas. Entenda as diferenças:
Ciclovia
Ciclorrotas
Ciclofaixas
A Prefeitura de Vitória informou que o projeto prevê que a malha cicloviária da capital seja de 50 km entre ciclovias, ciclorrotas e ciclofaixas.
Há 30 anos a rotina do professor Fernando Braga é movida pelas rodas de uma bicicleta. A paixão pelo veículo fica explícita quando ele conta que passou por vários países em conferências e lançamentos de novos modelos de bicicletas e chegou a realizar um circuito de 200 km de bike num único dia.
O professor conta que as vantagens que ela oferece o levaram ao cicloativismo. Pedalar ajuda a manter um bom condicionamento físico, consequentemente, evita o sedentarismo e ainda elimina o estresse do trânsito. Passar 50 minutos pedalando é muito mais prazeroso que 1h10min dentro de um ônibus lotado ou encaixotando dentro de um carro, explicou.
O professor revela que até pouco tempo atrás fazia percursos de cerca de 50 km diariamente entre Vitória, Vila e Cariacica. Por isso, ele ressalta a importância da manutenção e criação de ciclovias, ciclorrotas e ciclofaixas para dar opção ao usuário nas cidades.
Fernando acredita que além da reforma, as ciclovias precisam ser expandidas, além de reduzir a velocidade urbana nas vias da cidade para aumentar a segurança dos ciclistas. "Manutenção é imprescindível, temos que resgatar os modos ativos (bicicleta e caminhada) perdidos para os automotores", afirma.
O ativista se mostra otimista e comemora as conquistas na capital. "O piso é importante, por isso conseguimos avançar e fazer as novas (ciclovias) em concreto. As antigas estão trocando o asfalto. Acredito que fique bem melhor", comenta Fernando.
No entanto, Fernando relata que os ciclo usuários precisam de mais segurança em suas rotas, sobretudo, em espaços que as bicicletas disputam com veículos pesados.
O Código de Trânsito Brasileiro fala nos artigos 201 e 220 sobre a segurança aos usuários de bicicletas no trânsito. Deixar de reduzir a velocidade do veículo ao ultrapassar ciclista é considerado infração grave e a pena é multa. Motoristas de veículos precisam guardar distância lateral dos ciclistas de 1,5m no ato da ultrapassagem.
O representante do movimento Ciclistas Urbanos Capixabas, Fernando Braga, analisa que devem ser feitas campanhas de educação no trânsito aos veículos motorizados, como carros, motos e caminhões. O ciclousuário precisa ser respeitado, ter segurança e condições para circular a cidade, destaca.
Israel Zuqui é aluno do 23° Curso de Residência em Jornalismo da Rede Gazeta, sob supervisão da editora Érica Vaz.
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