A distribuição das próximas remessas de vacinas contra a Covid-19 não vão atender todos os municípios do Espírito Santo com a chamada D1 (primeira dose). A Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) vai reter o imunizante das cidades que não estão aplicando o que dispõem em estoque. A medida tem apoio do Ministério Público do Espírito Santo (MPES), que monitora a campanha de vacinação.
Inicialmente, a Sesa definiu que municípios com taxa de utilização dos lotes de D1 abaixo de 70% não receberiam nova remessa para aplicação da primeira dose e identificou Colatina nessa condição. A partir da próxima semana, porém, não vão receber o imunizante as cidades que tiverem taxa de utilização abaixo de 80%.
Em nota da assessoria de imprensa, a "Sesa informa que para esta semana a meta será de 70% de vacinação para os grupos prioritários e faixas etárias, estando o município de Colatina enquadrado na meta atual. Para a próxima semana, a meta será ampliada para 80%."
Danielle Grillo, coordenadora do Programa Estadual de Imunizações, explica que o intuito é não deixar vacinas estocadas, sob o risco de perda de validade, e dar a celeridade necessária à campanha de vacinação.
Os municípios reduziram o ritmo de vacinação em maio, segundo Danielle Grillo, muitos em função do início da imunização de pessoas com comorbidades. Diante da exigência de apresentação de laudos para comprovar a condição de saúde, cidades demonstraram problemas na operacionalização da vacinação.
A partir do momento que o Estado autorizou a vacinação por faixa etária, os municípios voltaram a ganhar ritmo, porém ainda mantêm grupos prioritários sem atingir a meta de imunização e com vacina em estoque.
Para que a campanha de vacinação siga no ritmo adequado, Danielle Grillo conta que as doses vão ser enviadas, nesta semana, apenas para os municípios que estão com a taxa de utilização de D1 acima de 70%. Mas a coordenadora da Sesa assegura que a população das cidades que não vão receber vacinas agora será depois compensada com a reposição.
O MPES foi procurado para se manifestar sobre o assunto, porém, em nota da assessoria, se ateve às ações de fiscalização que o órgão tem promovido para evitar irregularidades na campanha de vacinação, como os casos suspeitos de fura-filas. Já no site do órgão, há informações sobre uma reunião em que se discutiu a aplicação da D1 com a Sesa, regionais de Saúde e municípios.
No texto, o órgão pontua que "ficou deliberado que serão retidas as doses das vacinas para a D1 destinadas aos municípios que não estão atingindo 70% da vacinação para os grupos prioritários e faixas etárias. Também ficou estabelecido que será enviado ao MPES um relatório semanal com o quantitativo das doses distribuídas para D1, o quantitativo dessas doses aplicadas e o percentual alcançado por município, objetivando, desta forma, um acompanhamento efetivo do avanço da vacinação contra a Covid-19 nos municípios."
A Prefeitura de Colatina, por sua vez, assegurou que as doses foram aplicadas, mas houve um problema no registro das informações no banco de dados estadual, devido à instabilidade nos serviços de internet no município na última semana - situação que ainda não foi normalizada. Questionada se haveria, então, uma estimativa do número de vacinas efetivamente utilizadas, a Secretaria de Comunicação disse que tentaria fazer um levantamento junto à área técnica. Caso a prefeitura apresente um novo posicionamento, o texto será atualizado.
Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rapido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem
Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta