Mesmo que o tráfego caótico esteja, geralmente, associado aos grandes centros, mortes no trânsito são um problema para todas as cidades, independentemente do tamanho. E essa realidade se revela em dados: no Espírito Santo, proporcionalmente à população, municípios do interior têm índices de letalidade mais altos do que na Região Metropolitana.
Águia Branca, Conceição do Castelo, João Neiva, Governador Lindenberg e Mimoso do Sul lideram o ranking. O levantamento foi elaborado por A Gazeta a partir do cruzamento do número de habitantes dos municípios, com base no Censo 2022, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), e nos registros de mortes no trânsito publicados no Anuário Estadual da Segurança Pública 2023, cujos dados foram apurados no ano passado.
Em números absolutos, isto é, a quantidade de pessoas que morreram, Serra e Vila Velha concentram a maioria dos casos em 2022, com 79 e 45 mortes no trânsito, respectivamente. Contudo, ao considerar os óbitos por município capixaba a cada 5 mil habitantes, a proporção é muito superior nas cidades do interior, deixando os da Região Metropolitana nas últimas posições. Confira:
Para o gerente de fiscalização de trânsito do Detran-ES, Jederson Lobato, o excesso de velocidade e a inexperiência dos condutores são as principais causas que contribuem para o índice nas pequenas cidades.
Enquanto na Grande Vitória os municípios estão ligados de uma maneira mais homogênea, no interior, há uma distância maior entre uma cidade e outra. O tipo de via também pode ter influência nos dados. "As rodovias cortam, principalmente, o interior do Estado. São locais em que você tem um excesso de velocidade maior, com ultrapassagens perigosas. Isso não é característico do perímetro urbano", observou o gerente de fiscalização.
O chefe de comunicação do Batalhão de Trânsito da Polícia Militar (BPTran), capitão Anthony Moraes Costa, considera a necessidade de aprofundar a análise dos dados para entender melhor as causas. "É preciso saber onde isso está acontecendo, se é área rural, área de movimento de pessoas, quem é responsável por fazer a fiscalização, se o trânsito é municipalizado. Tudo isso precisa ser trazido à tona", pontuou.
O capitão Anthony, porém, ressaltou os motivos mais frequentes para mortes no trânsito, a despeito da localização. "Invariavelmente, são três os principais fatores que causam sinistros de trânsito: o fator viário, o veicular e o humano. Infelizmente, mais de 90% das causas de sinistros estão relacionadas ao fator humano. A desatenção, a negligência às normas, o excesso de velocidade e conduzir sob efeito de álcool são as causas mais recorrentes que culminam em sinistros", concluiu.
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