A área metropolitana de Los Angeles, nos Estados Unidos, sofre há semanas com a força e a persistência dos incêndios devastadores. As áreas de uma cidade tida como a principal vitrine do cinema mundial agora aparecem para o mundo todo com um efeito de destruição. Residências foram completamente devastadas pelas chamas, incluindo mansões de famosos.
Mais de 20 pessoas morreram em decorrência do fogo. A cineasta capixaba Barbara Marques, de 37 anos, mora em Pasadena, cidade bastante afetada pela tragédia. Em entrevista à reportagem de A Gazeta, ela contou como foram os dias desde o início dos incêndios e como o risco ainda muda a rotina dos norte-americanos. A região está em alerta ao menos até esta quinta-feira (16).
Os primeiros dias causaram grande destruição nas cidades da região. Ainda que o vento, responsável por alastrar o fogo, tenha perdido força, a péssima qualidade do ar e o risco de incêndio ainda são considerados alto. De acordo com números oficiais do governo local, atualizados até esta quarta-feira (15), 25 mortes foram confirmadas em decorrência das chamas. Há desaparecidos. Mais de 6 milhões de pessoas estão em ameaça de risco na região.
A cineasta tem 37 anos e mora há sete nos Estados Unidos. Ela foi para o país a trabalho e mora atualmente com o namorado em Pasadena, cidade que fica a aproximadamente 20 minutos de Los Angeles. Entre quinta (9) e domingo (12), o casal foi para a casa de amigos no Estado de Nevada, onde encontraram um ambiente mais seguro. Ela e o companheiro não sofreram ferimentos ou prejuízo financeiro. A família dela, que mora em Vila Velha, acompanha a situação à distância.
Locais que eram frequentados pela capixaba e pelo namorado norte-americano sofreram diretamente com os incêndios. É o caso da Eaton Mountain, local onde faziam trilhas. Nos últimos dias, o panorama da região aponta uma gravidade menor dos incêndios - a situação, no entanto, não está 100% controlada.
Desde o início da tragédia, o governo local recomenda o uso de máscaras de proteção. A ideia é que a população não tenha contato direto com o ar poluído pelos incêndios. Alertas são enviados para os telefones celulares dos moradores em área de risco.
Este não é o primeiro incêndio registrado em Los Angeles. Quem mora na região, porém, relata que o atual cenário é o pior dos últimos anos. De acordo com levantamento do Cal Fire, o Departamento Florestal e de Proteção de Incêndios da Califórnia, o fogo consumiu mais de 160 quilômetros quadrados - a área é quase o dobro do território de Vitória, capital do Espírito Santo.
O combate ao fogo tem mobilizado equipes da Califórnia e de outros locais. Em alguns casos, o combate chega pelo ar, com mostram imagens feitas pela Guarda Nacional dos Estados Unidos.
Pessoas de diferentes classes sociais foram afetadas pelo fogo, inclusive milionários e celebridades do cinema. Os principais focos de incêndio atingem regiões conhecidas por concentrar famosos, como Mel Gibson e Paris Hilton. Os bairros ricos de Calabasas e Hidden Hills, na Califórnia, receberam uma ordem urgente de evacuação devido a um novo incêndio florestal que avança por West Hills, em Los Angeles. O local é endereço de famosos como a família Kardashian. As informações são do jornal Daily Mail.
De acordo com o departamento florestal da Califórnia, mais de 12 mil construções foram danificadas ou completamente destruídas nos incêndios florestais que atingem Los Angeles.
No domingo (12), a prefeita de Los Angeles, Karen Bass, disse que o gabinete está trabalhando para reconstruir a cidade o mais rápido possível. O governador da Califórnia, Gavin Newsom, disse que foi posta em prática uma ordem executiva voltada para acelerar a reconstrução das casas destruídas em Los Angeles.
Quem mora ou acompanha a situação em Los Angeles, como Barbara Marques, afirma: "Foi um vento muito forte. Essa foi a dificuldade", diz a cineasta. A impressão compartilhada pela capixaba é confirmada por especialistas ao redor do mundo. Conforme explicado pelo jornalista especialista em meteorologia da BBC, Simon King, os ventos secos removem a umidade da vegetação, o que facilita o início e a expansão dos incêndios.
A dificuldade dos bombeiros, portanto, é conseguir conter o avanço do fogo. Os chamados ventos de Santa Ana têm alimentado e espalhado as chamas. Os ventos chegam a 160 km/h.
De acordo com o meteorologista-chefe do escritório de Los Angeles do Serviço Nacional de Meteorologia (NWS), Ariel Cohen, a combinação dos ventos fortes com a baixa umidade "cria crescimento explosivo de incêndios". Cohen definiu a situação como "particularmente perigosa".
Mesmo com o risco ainda existente, norte-americanos já se mobilizam para tentar retomar a vida na Califórnia. Enquanto milhares de agentes atuam no combate às chamas, um verdadeiro exército foi montado para ajudar quem precisa.
"Acho que vai levar um tempo [para reconstrução]. Diante de toda essa dor, é muito bonito ver a comunidade se empenhando para ajudar as pessoas, com centros de doações. Isso é o que mais importa neste momento", diz Barbara Marques.
Em uma coletiva de imprensa, o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, declarou que a recuperação de Los Angeles exigirá "dezenas de bilhões de dólares".
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