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Clínica em Vitória onde paciente morreu prensada por elevador está com alvará vencido

Clínica em Vitória onde paciente morreu prensada por elevador está com alvará vencido

Apesar da irregularidade no estabelecimento, em relação especificamente ao elevador a documentação está em dia, segundo a prefeitura, responsável por fiscalizar o equipamento

Publicado em 27 de março de 2024 às 14:41

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Clínica onde morreu paciente está com alvará do Corpo de Bombeiros vencido
Documento do Corpo de Bombeiros sobre alvará da clínica vencido . (Corpo de Bombeiros do ES)

A Clínica Reuma (Centro de Reumatologia Avançada), onde uma paciente, identificada como Maria de Lourdes de Lessa, de 74 anos, morreu após cair no vão do elevador e ser prensada pelo equipamento, na manhã desta quarta-feira (27), está com o alvará de licença vencido, segundo o Corpo de Bombeiros.  Apesar da irregularidade no estabelecimento, em relação especificamente ao elevador a documentação está em dia, segundo a Prefeitura de Vitória, que é a responsável pela fiscalização do equipamento.

O estabelecimento médico fica na Enseada do Suá, em Vitória. Segundo a corporação, o alvará do local — da edificação da clínica médica como um todo — venceu no dia 3 de março deste ano, e o documento precisa ser renovado anualmente.  O Corpo de Bombeiros informou ainda que a empresa chegou a iniciar o processo para renovação, entretanto, não deu prosseguimento e será notificada.

"O CBMES esclarece que é responsável pelas vistorias das medidas de segurança contra incêndio e pânico. Após a realização da vistoria, não havendo irregularidades, é emitido o Alvará de Licença do Corpo de Bombeiros (ALCB)", explicou o órgão por meio de nota.

De acordo com os Bombeiros, o elevador só se enquadra em medidas de segurança contra incêndio e pânico, quando for um elevador de emergência, obrigatório nas seguintes situações:

Clínica em Vitória onde paciente morreu prensada por elevador está com alvará vencido

A clínica onde a paciente morreu é classificada na ocupação H-3, no entanto, a altura é inferior a 12 metros. Portanto, não é obrigatório que a edificação possua um elevador de emergência, e, portanto, a fiscalização quanto ao elevador especificamente seria de responsabilidade do município. 

"O imóvel possui um elevador de passageiros normal e há uma Lei Municipal e um Decreto Municipal que regulam o licenciamento dos elevadores de passageiros, de carga e para garagem de veículos. A fiscalização sobre a regularidade, nesses casos, compete ao Poder Público Municipal", esclareceu.

Acionada pela reportagem, a Prefeitura de Vitória informou que, apesar de a clínica estar com o alvará de licença do Corpo de Bombeiros vencido, no que diz respeito apenas ao elevador, o equipamento está regularizado e com documentação em dia. "Os documentos apresentados incluem a ART - Anotação de Responsabilidade Técnica - referente à manutenção, bem como o RIA - Relatório de Inspeção Anual.  Ambos foram assinados pelo proprietário e pelo responsável técnico do equipamento", afirmou. 

Ainda segundo o município, o alvará especificamente do elevador vencerá somente em agosto de 2024.

Segundo informações de Igor Dadalto, assessor de engenharia do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Estado (Crea-ES), o acidente aconteceu devido a uma falha técnica no sensor do elevador

Empresa nega

Procurada, a Clínica Reuma (Centro de Reumatologia Avançada) informou que foi realizada a solicitação de renovação do alvará junto ao Corpo de Bombeiros dentro dos prazos e conforme legislação aplicável e nega a informação de que o documento esteja vencido.

A vítima

Vitória
Maria de Lourdes de Lessa, de 74 anos, morreu após cair no vão de elevador. (Divulgação | Arte A Gazeta)

Maria de Lourdes atuou como assessora do ex-governador Paulo Hartung na época em que político era Chefe do Executivo do Espírito Santo.

A mulher era aposentada e foi até a Clínica Reuma (Centro de Reumatologia Avançada), onde aconteceu o acidente, para realizar um exame de rotina. No local, ela acabou sendo prensada pelo elevador ao cair no vão do equipamento após a porta abrir. A informação foi confirmada pela irmã da idosa, que não quis se identificar.

A vítima deixa uma filha de 42 anos, uma neta de 23 anos e 10 irmãos. "Estamos em desespero! A família é muito unida e ela não tinha problema de saúde. Ela foi de manhã na consulta, por volta das 9h, e estava normal. Todos estão sem chão", contou a familiar.

O caso será investigado pelo Departamento Especializado de Homicídios e Proteção à Pessoa (DEHPP). Detalhes sobre como ocorreu o acidente não foram repassados pelas autoridades.

O que diz a clínica Reuma sobre o acidente:

"A Reuma e a Onco & Hemato Serviços Médicos, informam que todas as providências estão sendo tomadas em resposta ao incidente ocorrido na manhã desta quarta-feira (27/03), colaborando integralmente com as autoridades competentes. Expressamos nossa profunda solidariedade à família neste momento, oferecendo todo suporte necessário, e reiteramos nosso compromisso com o devido esclarecimento dos fatos. Mais informações serão esclarecidas à medida da apuração dos fatos."

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