No dia 15 de janeiro de 2011, quando Maria Luisa Paris tinha 5 anos, sua vida mudou: ela ficou completamente surda. Após alguns anos, Malu, como é conhecida, passou a usar aparelhos de audição. Para contar um pouco do seu dia a dia, a adolescente, que hoje está com 15 anos, começou a gravar vídeos para uma rede social. Contando sua rotina com bom humor, em pouco tempo ela cativou milhares de seguidores.
A perda da audição sofrida por Malu foi causada pela Síndrome do Aqueduto Vestibular Alargado (Sava), problema genético que faz com que partes internas do ouvido cresçam mais que o normal.
Desde 2011, a jovem de Cachoeiro de Itapemirim, no Sul do Espírito Santo, é acompanhada por médicos na Universidade de São Paulo (USP), onde Malu recebeu um implante coclear em 2014. Graças a esse aparelho, a adolescente voltou a escutar com o ouvido esquerdo.
Em entrevista ao repórter da TV Gazeta Sul, Thales Rodrigues, a adolescente contou que aceitar a deficiência auditiva não foi um processo fácil e disse que ela demorou para entender que a surdez não era uma limitação. Mas o que Malu não imaginava era que um vídeo gravado de forma despretensiosa, em seu próprio quarto, teria tanta repercussão. Em pouco tempo, ela ganhou mais de 1 milhão de seguidores nas redes sociais.
“Já fui ensinando coisas sobre surdez, inspirada em pessoas que eu já conhecia. Foi uma experiência de ser para outros surdos os que as pessoas que me inspiraram foram para mim”, conta a adolescente, que relata situações do seu dia a dia nos vídeos, sempre com bom humor e, às vezes, até com participação especial em casa, como no vídeo abaixo. Confira:
A fonoaudióloga Roberta Figueiredo explica que a fala de pessoas com surdez pode variar conforme o período da vida em que elas foram impactadas pela deficiência auditiva.
“O que mais vai impactar na fala de uma pessoa com deficiência auditiva é o tipo de perda que essa pessoa tem, o grau dessa perda e o período que isso aconteceu. As perdas que acontecem tardiamente não impactam tanto na comunicação, principalmente quando ela já foi protetizada e é acompanhada por um profissional. Esse prejuízo na comunicação tende a ser menor”, explica a especialista.
Malu faz sucesso nas redes sociais, mas seu maior fã está em casa. O irmão mais novo da adolescente, Pedro Paris, de 11 anos, tem a mesma doença, mas não sofreu a perda auditiva total. “Isso só traz felicidade para ela e fico muito feliz, vendo ela feliz”, disse o irmão.
Em breve, a adolescente vai colocar um implante coclear no ouvido direito. Ela contou que, no futuro, deseja ser jornalista e trabalhar com futebol.
Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rapido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem
Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta