Há cerca de três meses, a vida do encarregado de mecânica Darcy Roberto de Oliveira, de 46 anos, virou de cabeça para baixo. Enfrentando um diagnóstico de leucemia, o homem, que está internado em um hospital particular da Serra, atualmente aguarda por um transplante de medula. Mas, para celebrar a vida, ele resolveu oficializar o casamento que tem com a companheira, a dona de casa Flavia Alyne Pacheco, 43 anos, na manhã desta quinta-feira (03), na capela que fica dentro da unidade.
Apesar de estarem juntos há 25 anos, o casal disse o "sim-sim" dentro da capela do Vitória Apart Hospital – com direito até a um padre. A cerimônia contou com a presença dos três filhos, de 15, 21 e 24 anos, e dos profissionais que acompanham a história da família.
Em conversa com o g1, a noiva contou que o casamento precisou ser feito no hospital devido ao estado de saúde do marido, que está debilitado e em cadeira de rodas.
"Como a imunidade dele está muito baixa, tivemos que fazer na capela mesmo. Estávamos nos preparando para casar há muito tempo, mas ele piorou. Ontem (2) o padre me ligou, dizendo que poderíamos fazer a cerimônia hoje (3). Está sendo uma ocasião especial até para ele [padre]. Acho que nunca fez uma celebração assim. Por isso, não deixamos passar batido", afirmou.
Além disso, segundo ela, houve uma grande mobilização entre os funcionários do hospital para realizar o sonho do casal. "Nossos colegas do hospital e fora dele deram a comida, eu ganhei as roupas; enfim, estou muito emocionada. Até porque não teria condições de comprar nada", destacou a esposa.
Ainda de acordo com Flavia, a família é do interior do Rio de Janeiro e veio para o Espírito Santo há menos de cinco anos, em busca de melhores oportunidades de emprego no Estado capixaba.
A médica Maria Elizabeth Rosandiski Rodrigues, que acompanha de perto o paciente, deu mais detalhes sobre o quadro de Darcy. Conforme ela explicou, o encarregado de mecânica foi diagnosticado com leucemia mielóide aguda, e precisou ser internado por causa de um quadro infeccioso.
"Ele está em processo de melhora. Há indicação de transplante – portanto, com perspectiva de cura", afirmou a profissional, que é da equipe de cuidados paliativos do hospital.
O encarregado de mecânica já faz quimioterapia, segundo a família. Na expectativa pela recuperação do marido, Flavia Alyne destacou ainda que a família já está fazendo os trâmites para conseguir realizar o transplante de medula – considerada uma das únicas formas de salvá-lo da doença.
"Estamos esperando agora que o plano de saúde libere o transplante, porque nós já temos o principal: o doador. O irmão dele foi 100% compatível. O mais difícil nós conseguimos. E a cada vez que ele faz a quimioterapia, fica muito mal. Mesmo assim, nunca perdemos a esperança", completou.
O g1 procurou a Samp para saber sobre a liberação do transplante. O plano informou por meio da assessoria que o procedimento será autorizado tão logo a equipe médica que assiste ao paciente indique a elegibilidade dele ao tratamento", garantiu a operadora de saúde.
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