O número de golpes pela internet disparou no Espírito Santo com avanço das fraudes envolvendo Pix ou outros tipos de pagamentos feitos pela web. Em 2022, foram registrados 15.277 casos de estelionato por meio eletrônico, um aumento de 44% em relação ao ano de 2021, quando o total de registros chegou a 10.545, segundo dados do Anuário Brasileiro de Segurança Pública 2022, divulgado no dia 20 de julho.
Com uma média de 41,7 golpes por dia, o Espírito Santo é o quarto Estado do país com mais casos de estelionato por meio virtual:
De acordo com o coordenador do curso de Direito da Anhanguera, Rodrigo Teixeira Coffler, as principais vítimas de golpes tendem a ser idosos e pessoas com baixa alfabetização. Ele pontua, entretanto, que toda a população corre risco.
“Existem alguns grupos que são mais vulneráveis, mas todas as pessoas estão sujeitas a ser vítimas de golpes. Os criminosos estão utilizando ferramentas a cada dia mais sofisticadas, o que faz com que toda população seja uma possível vítima”, explica.
Para se ter ideia, menos de 24 horas após a liberação do Desenrola, programa federal que vai auxiliar na renegociação de dívidas bancárias, já havia registros de golpes e tentativas.
Diante disso, o especialista ressalta que alguns cuidados simples podem diminuir de forma relevante a chance de um golpe financeiro, como nunca fornecer informações pessoais, ou clicar em links recebidos via mensagem, inclusive no WhatsApp.
“Além disso, é essencial verificar a veracidade das informações antes de efetuar pagamentos a qualquer pessoa que solicite um empréstimo. Isso pode ser feito por meio de uma ligação telefônica ou até mesmo uma chamada de vídeo. É importante também estar sempre alerta para mensagens de pessoas que afirmam ter trocado de número e, logo em seguida, solicitam empréstimos financeiros. É crucial manter um senso de desconfiança nessas situações e tomar precauções adequadas”, observa Rodrigo Coffler.
Os golpes nos quais o criminoso engana a vítima para obter dinheiro, porém, ainda são praticados, principalmente, por outros meios. A quantidade geral de estelionatos no Estado saltou de 29.909, em 2021, para 37.391, no ano passado – uma alta de 24,2%.
Tipificado pelo artigo 171 do Código Penal, o estelionato consiste em “obter, para si ou para outrem, vantagem ilícita, em prejuízo alheio, induzindo ou mantendo alguém em erro, mediante artifício, ardil, ou qualquer outro meio fraudulento”. Em 2021, foi tipificado o crime de fraude eletrônica, que acrescentou ao artigo 171 o parágrafo 2º- A para os casos em que o estelionato ou o "golpe" for cometido com a utilização de informações virtuais.
Segundo o secretário de Estado de Planejamento, Álvaro Duboc, em coletiva de imprensa, na última quinta-feira (20), o estelionato digital está entre os desafios a serem combatidos na segurança pública no Espírito Santo.
"Estelionato praticado em ambientes digitais é cada vez mais o tipo de crime que desafia a segurança publica. E é nisso que a gente trabalha, fazendo investimento. O governador Renato Casagrande tem falado da necessidade de a gente tirar a segurança publica da era analógica para a era digital", afirma Duboc.
Sempre desconfie de promessas de dinheiro fácil. Caso tenha acesso a ofertas irresistíveis ou a mensagens de amigos vendendo objetos por preços muito baixos, fique atento. Os golpistas têm utilizado as redes sociais para aplicar golpes anunciando produtos com pagamentos via Pix, mas, após enviar o dinheiro, você não recebe o produto.
Ao negociar um empréstimo, nenhum banco solicita a transferência de valores antecipadamente. Fique atento! Os golpistas entram em contato oferecendo grandes oportunidades de empréstimo, com excelentes condições, mediante o pagamento prévio de um valor referente a impostos e taxas. Só depois de fazer o Pix é que você descobre que o dinheiro do empréstimo não entrou na conta, ficando no prejuízo.
Os bancos nunca entram em contato para solicitar informações confidenciais, como dados da sua conta e suas senhas bancárias. Desconfie de contatos que peçam informações demais e nunca forneça dados pessoais, muito menos códigos recebidos em seu celular. Se desconfiar de algo, desligue e entre em contato com o seu banco pelos números indicados no site oficial, aplicativo ou no verso do seu cartão. Ligue, preferencialmente, do seu celular, pois os golpistas costumam usar a retenção de linhas fixas.
Caso receba mensagens de parentes ou conhecidos pedindo dinheiro, nunca transfira sem antes ligar, de preferência por vídeo, para confirmar a identidade de quem está do outro lado da linha.
Utilize apenas aplicativos oficiais do seu banco e nunca instale nenhum outro tipo de aplicativo em seu celular, nem realize nenhuma ação direcionada por contato telefônico. Caso você precise baixar algum programa no seu celular ou computador, se certifique que está fazendo o download a partir de um site confiável e sempre acesse a página do seu banco digitando em seu navegador, nunca por links enviados por email ou SMS.
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