Desde o início da pandemia, profissionais de saúde e autoridades sanitárias falam que, por ser a Covid-19 uma doença nova, muitos conhecimentos são adquiridos na prática. É o caso agora dos testes para detecção do Sars-Cov-2 (coronavírus) no organismo. Se antes a orientação era aguardar alguns dias do início dos sintomas gripais para fazer o exame diagnóstico, hoje recomenda-se até fazer no primeiro dia, ao menor sinal de infecção, como tosse, coriza e irritação de garganta.
A mudança no protocolo para o enfrentamento à doença é resultado de uma constatação de que nos sintomas iniciais já é possível identificar o vírus no organismo.
"Agora não é mais preciso esperar aquele intervalo de três, quatro dias. Quando tem sintomas e a pessoa está com Covid, o teste dá resultado positivo com uma certeza muito grande. Em geral, as pessoas com sintomas estão com vírus há alguns dias, já tem replicação, isto é, quantidade de vírus suficiente para acusar no teste", aponta a epidemiologista Ethel Maciel, professora da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes).
Durante os atendimentos clínicos, o infectologista Lauro Ferreira Pinto orienta os pacientes a fazer o teste já no dia seguinte aos primeiros sintomas. "Não precisa esperar mais. Quanto mais tempo sem diagnóstico, se a pessoa estiver infectada, maior risco de contaminar outras. Se começou sintomas hoje, já faço teste no dia seguinte. Até porque, como a Ômicron é muito mais contagiosa, é mais fácil encontrar o vírus na secreção", explica.
O subsecretário estadual de Vigilância em Saúde, Luiz Carlos Reblin, ressalta que os testes são fundamentais no processo de controle da Covid-19 porque, ao se confirmar o diagnóstico positivo, o paciente é encaminhado ao isolamento e, assim, se restringe a circulação do vírus e disseminação da doença.
Reblin reforça que não é preciso aguardar para fazer o exame quando os sintomas aparecem e, mesmo se a pessoa não apresenta sinais gripais, mas se vê diante de alguma situação em que deseje fazer o teste, as unidades de saúde devem atendê-la. "Até porque grande parte das pessoas que têm Covid não apresentam sintomas. Então, não é preciso ter para fazer o teste. É isso que faz diminuir a transmissão: testar e isolar."
Sobre os testes mais indicados em cada caso, o subsecretário esclarece que na rede pública o PCR é, em geral, direcionado a grupos específicos, como internados sem resultado positivo, pessoas com comorbidades e grávidas. Reblin diz que, se fosse usar esse modelo em todos os perfis, não haveria testes suficientes no país. "Assim, o teste de antígeno, que tem uma sensibilidade muito alta, é importantíssimo para atender a grande massa da população."
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