Nas últimas duas semanas, um cometa riscou o céu do Hemisfério Norte e rendeu belíssimas imagens. Agora, no final do mês, pode ser a vez de quem mora na outra metade do Planeta Terra de apreciar o fenômeno mas, para isso, será necessário contar com um pouco de sorte.
De acordo com especialistas, o cometa Neowise está muito próximo da linha do horizonte e já começou a se afastar do Sol, o que tende a diminuir o brilho dele e, consequentemente, o tornar menos visível. No entanto, a observação ainda pode ocorrer em condições específicas.
Coordenador do observatório da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), Márcio Malacarne indicou a Região do Caparaó e os municípios de Ecoporanga e Mantenópolis como bons locais para a observação no Espírito Santo. "Na Grande Vitória, só com o uso de lunetas ou telescópios", afirmou.
Apesar de considerar tímidas as chances de visualização, o especialista ressaltou que é uma oportunidade única, já que a órbita do cometa Neowise em torno do Sol é muito grande. Segundo informações divulgadas pela Nasa, ele só poderia ser visto novamente daqui a 6.800 anos.
Na tentativa de observar o cometa Neowise no céu do Espírito Santo, o observatório da Ufes tem prevista a realização de uma live para que as pessoas possam acompanhar o fenômeno das próprias casas. A transmissão está prevista para esse domingo (26), a partir das 18h. A confirmação acontecerá pelo site oficial ou pelas redes sociais.
Também a depender de fatores imprevisíveis, é possível que os capixabas vejam uma espécie de chuva de meteoros na madrugada da próxima quarta-feira (29). "Se realmente a previsão se confirmar, esse surto duraria cerca de 1 hora e também poderia ser visto a olho nu, em lugares escuros", explicou Malacarne.
De acordo com o pesquisador, esse tipo de fenômeno é comum e não oferece riscos. Para observá-lo é necessário ficar de olho no alto do céu entre 1 hora ou 2 horas antes do nascer do Sol. "A maior chuva do ano está prevista para a madrugada do dia 14 de dezembro. Seriam centenas de meteoros por hora", adiantou.
Professor do departamento de física da Ufes e diretor técnico-científico do planetário da Vitória, Sérgio Bisch explicou a diferença entre os cometas e os meteoros: os primeiros são pedaços de rocha misturados com gelo; enquanto os segundos são pequenos fragmentos que atingem a atmosfera terrestre.
Ainda de acordo ele, os dois corpos também se apresentam de maneiras distintas no céu. "O cometa é como se fosse uma estrela e aparece parado para nós. Já o meteoro é visto como um risco, que dura apenas uma fração de segundos", esclareceu. Popularmente, os meteoros são chamados de estrelas cadentes.
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