Ela é a estrela de vídeos no TikTok, mas nasceu muito antes da rede social existir. Aliás, bem antes dos celulares e da internet, no tempo em que o rádio sem fio era a revolução tecnológica da vez. Nascida em Aimorés, Minas Gerais, e moradora da Serra, Maria Brito, carinhosamente chamada de Dona Britinho, celebra seus 110 anos nesta quinta-feira (12) esbanjando alegria, produzindo conteúdo para a web e, em suas próprias palavras, procurando um amor.
Dona Britinho mora no Instituto Franciscano, no bairro Nova Almeida. O lar é uma Instituições de Longa Permanência para Idosos (ILPI) que acolhe pessoas com 60 anos ou mais. E é nos perfis da instituição e de uma das enfermeiras que trabalha no local que a idosa centenária arranca risadas de quem assiste aos seus vídeos, mostrando um pouco da rotina dela.
No instituto, os idosos têm acesso a várias atividades físicas, artísticas e de recreação. "A Britinho até brinca que não quer mais fazer as atividades porque agora ela é artista", conta a assistente social Adriana Almeida. Os vídeos são produzidos com o auxílio da enfermeira Andreia Endringer. "Quando ela vê a enfermeira, já se posiciona e pergunta se vão gravar vídeo".
Ser quase uma influencer aos 110 anos, no entanto, não é o único truque de Dona Britinho para chegar a essa idade com tantos sorrisos. Ao ser questionada sobre o segredo para chegar a essa idade, ela responde: "É ser feliz e arrumar um namorado, inclusive estou caçando um". Veja abaixo um vídeo exclusivo que a idosa gravou para A Gazeta, e também outras gravações de conteúdos que ela fez para o TikTok.
A assistente social Adriana Almeida, que também trabalha no Instituto Franciscano, disse ainda que Dona Britinho tem um "crush" no professor de educação física do espaço. Durante a festa junina do local neste ano, inclusive, os funcionários organizaram um teatro do casamento entre ele e a idosa. Porém, a história teve uma reviravolta: outro trabalhador da instituição apareceu para impedir o casório e a cerimônia não foi realizada.
Apesar da brincadeira, a fé no amor é genuína. O sonho de Maria Brito, aos 110 anos, é encontrar um novo amor e se casar. Enquanto isso, Adriana garante que já carinho de sobra para ela no lar. "Ajuda eles (os idosos) a ter vigor. O amor é um remédio que não tem na farmácia", destacou a assistente social.
Toda a felicidade de Dona Britinho, no entanto, esconde um passado difícil. O Instituto Franciscano, na Serra, onde ela mora, é uma Instituição Longa Permanência para Idosos (ILPI), tipo de domicílio coletivo para pessoas com 60 anos. Não pertence a nenhum órgão publico, mas também não pode ser contratado como um serviço privado.
Todos os idosos que moram lá, inclusive a idosa, foram resgatados de situações de violência, abandono ou vulnerabilidade, e encaminhados ao instituto pelo Ministério Público do Espírito Santo (MPES), Centro de Referência de Assistência Social (Cras) e Centro de Referência Especializado de Assistência Social (Creas).
"Muita gente até liga perguntando como faz para deixar idosos aqui e sempre explicamos que não tem como pagar, eles são encaminhados para cá", explica Adriana. O instituto recebe apoio da prefeitura, mas como não é um serviço privado e nem pertence ao Estado, depende de doações para a manutenção.
Apesar do passado difícil, os funcionários do Instituto Franciscano garantem que, atualmente, Dona Britinho vive feliz. "Quando você encontra um lugar que te ama, quando você é acolhido, você ganha vigor, mesmo sem o vínculo familiar", finalizou Adriana.
Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rapido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem
Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta