O avanço do mar tem preocupado moradores e comerciantes da Praia de Guaxindiba, em Conceição da Barra, no Norte do Espírito Santo. Eles cobram do poder público uma obra definitiva, já que a erosão cada vez mais tem afastado os turistas da região e destruído pousadas e comércios locais, causando prejuízos financeiros.
"A cada dia que passa o mar vai avançando e a gente não tem ninguém do poder público para poder ajudar, para poder fazer algo para conter essa erosão. Fica sempre a cargo de proprietários... Chega em um ponto que você não aguenta mais", desabafou a empresária Rosângela Barreira em entrevista à reportagem da TV Gazeta Norte.
Por conta do avanço do mar, dona Rosângela teve que fechar o estabelecimento, que funcionava no local há mais de 20 anos. Ela também dispensou dez funcionários.
Foi também devido à erosão que Mário Dias, dono de uma pousada que fica próxima ao mar, teve um gasto de mais de R$ 1 milhão para tentar proteger o local.
"Fizemos 120 metros, mais ou menos, de contenção de pedra e durou uns cinco anos. Ano passado tivemos que refazer... A gente tá deixando de investir no imóvel, nas melhorias, para jogar pedra na praia. Já tive que vender patrimônio particular para jogar pedra na praia", contou.
Atualmente, o avanço do mar já pode ser visto em uma área de dois mil metros na região de Guaxindiba. À TV Gazeta Norte, a professora de Oceanografia da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) Jacqueline Albino explicou por quais motivos o fenômeno acontece no local.
Outra preocupação dos comerciantes é o afastamento dos turistas, o que gera prejuízos financeiros. "Isso aqui prejudica a imagem da cidade e, consequentemente, o turismo. Com essa falta de investimento na orla, o turista não vem e a nossa renda cai", disse o presidente da Associação Turística Ronan Malacarne à reportagem da TV Gazeta Norte.
Além de casas, pousadas e quiosques, também existe o risco de que a erosão atinja uma escola que fica a cerca de 20 metros de onde o mar já chegou. Por isso, o trecho tem recebido uma obra emergencial.
"São muitos estudos envolvidos. Tentamos fazer essa licitação, mas não encontramos empresas que tivessem interesse em participar da licitação. Foi orçado novamente... Desde 2022 estamos batalhando com o problema", explicou o secretário de Obras do município, Thiago Missagia.
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