É mais fácil encontrar alguém que tope escalar uma montanha ou assistir a um filme de terror sinistro sem medo nenhum do que alguém que vá fazer uma prova de matemática sem dar, pelo menos, uma leve tremida na base. Vista por muitos como um bicho-papão, ela pode ser, na verdade, a salvação para a nota do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). Além dela, candidatos também farão questões de Ciências da Natureza no segundo dia de prova, neste domingo (20).
Como explica o professor de Matemática Daniel Rojas Nascimento, existem três fatores que ressaltam a importância da disciplina no exame: critério de avaliação, quantidade de questões e, justamente, o medo de muitos alunos de estudar a matéria.
“O número de questões acertadas não define a nota do candidato, pois a correção é probabilística”, explicou o professor sobre a Teoria de Resposta ao Item (TRI), método utilizado no Enem para calcular o resultado.
A quantidade de erros e acertos em uma questão vai dando a ela um peso na avaliação geral. “Assim, dá pra definir se a prova estava mais fácil ou mais difícil, se foi no chute ou não”, destaca.
O critério de avaliação pode beneficiar quem vai bem em matemática justamente pela quantidade de pessoas que tem um desempenho ruim, dando um peso extra às questões. O professor conta que já houve caso de um aluno que conseguiu mais de mil pontos na avaliação ao fechar a prova de matemática.
Além de ser comum que as questões de matemática tenham essa força a mais na avaliação, elas também são muitas: 45 no total. A soma desses fatores — critério de avaliação e quantidade de questões — faz com que essa parte da prova seja tão importante.
O terceiro fator destacado pelo professor do Madan é o senso comum de que matemática é algo difícil. Como dito antes, o critério de avaliação privilegia acertos de questões difíceis, segundo o algoritmo do TRT. Estar bem preparado para essa prova, portanto, pode garantir uma nota alta no Enem.
Daniel também é diretor de ensino do Centro Educacional Madan, que tem foco em preparar estudantes para os principais vestibulares do país, como o Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA), a Universidade de São Paulo (USP) e a Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes).
Ele conta que não fica só na sala de aula, mas também põe a mão na massa para compreender as particularidades do exame. “Quando vim dar aulas, em 2014, comecei a fazer a prova todos os anos, para entender como funciona o Enem, que foi reformulado em 2009”, diz ele.
Wallace de Oliveira Pereira, 17 anos, morador de Cariacica, é aluno do Madan e um craque em matemática. Neste ano, ele já encarou os cálculos na primeira fase do vestibular do ITA e foi aprovado. Para o estudante, a chave está na atenção.
“A prova de matemática é muito difícil por ter muitas questões e muito texto. Mas, encarando as questões individualmente, não precisa ter medo, precisa de atenção. Tentando fazer rápido, a gente acaba pulando algum detalhe, que pode levar ao erro ”, aconselha Wallace.
O segundo dia da prova do Enem acontece neste domingo (20), sendo que os portões abrem ao meio-dia e fecham às 13h. As informações de local e horário estão do Cartão de Inscrição, que pode ser acessado na Página do Participante. O estudante também precisa ficar atento aos documentos que serão aceitos no dia da avaliação.
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