Uma nova expansão de casos de Covid-19 tem sido registrada no Espírito Santo desde outubro, fato que ainda não é tratado como segunda onda por especialistas e pela Secretaria de Estado da Saúde (Sesa), mas nem por isso menos preocupante. Isso porque novas infecções podem demandar mais internações e, para os pacientes que evoluem com gravidade, aumentam os riscos de morte. Hoje, o Estado vivencia uma curva ascendente, principalmente na Grande Vitória, mas essa tendência também já se dissemina pelo interior.
"O Espírito Santo vive uma nova fase da expansão da pandemia, uma nova fase de aceleração da curva de casos, com repercussão em internações hospitalares e número de óbitos observados no Estado. Após um período de estabilidade, em que tanto o número de óbitos quanto o de internações passou a ter queda sustentada, o Estado vive esta aceleração, mas com novas características", afirmou o secretário estadual da Saúde, Nésio Fernandes, em coletiva nesta segunda-feira (30).
No momento, ressaltou o secretário, a proporção de casos é muito maior do que a quantidade observada na primeira aceleração no comparativo com pessoas internadas e mortes. O número de óbitos também tem crescido e, segundo explicou Nésio Fernandes, apenas não tem repercutido na taxa de letalidade porque o Estado ampliou a testagem, reduzindo, assim, a proporção de mortos em comparação aos infectados.
Nesse contexto, a Sesa está preparando um novo plano de expansão de leitos, visando ao atendimento de aumento da demanda e, mesmo diante de um cenário mais crítico, o secretário reforçou que a expectativa é poder suportar as demandas.
"No entanto, entendemos que vários cenários são possíveis, inclusive o de estabilização do número de óbitos nas próximas semanas na Grande Vitória, e aumento de casos no interior, formando um comportamento final de óbitos e casos, um novo platô, uma estabilização no Espírito Santo", projetou.
Nésio Fernandes pontuou que o Espírito Santo ainda pode registrar crescimento de casos e óbitos em regiões onde não foram observados nesta fase da Covid-19, assim como já foi constatado na Metropolitana - número de mortes em novembro maior que todo o interior - e também na Região Sul.
"O Sul, inclusive, já ultrapassou os maiores números detectados na pandemia, mas temos outras regiões que ainda não alcançaram esta ampliação. A pandemia se mantém praticamente inalterada, e há uma possibilidade de crescimento naquela região", acrescentou Luiz Carlos Reblin, subsecretário estadual de Vigilância em Saúde.
Essas diferenças temporais da pandemia no Espírito Santo, com aceleração de casos e óbitos começando na Grande Vitória, repetem o ciclo inicial da doença no Estado, segundo a Sesa. A região metropolitana foi a primeira a ser afetada pela crise sanitária e, três semanas depois, se disseminava pelo interior.
Questionada sobre a pressão sobre o sistema de saúde, a Sesa esclareceu que "a aceleração apresentada atualmente não pressiona a rede assistencial de uma forma que não seja possível organizar o atendimento aos diversos agravos de saúde."
A secretaria informou ainda que a pressão sobre a assistência hospitalar está estabilizada, e que é necessário aguardar o comportamento de casos nesta semana na Grande Vitória e no interior.
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