No final da semana passada, 36 pacientes de Manaus (AM) chegaram ao Espírito Santo para terem acesso à devida assistência médica contra o novo coronavírus. Agora, cerca de quatro dias depois, metade deles ainda estão em Unidades de Terapia Intensiva (UTI), mas oito já estão prestes a receber alta.
O panorama sobre o estado de saúde deles foi informado pelo secretário Nésio Fernandes, em uma coletiva de imprensa virtual realizada na tarde desta terça-feira (26), pela Secretaria Estadual de Saúde (Sesa). Felizmente, até agora, nenhuma morte foi registrada entre os manauaras.
Segundo o secretário, há muitos relatos positivos dos pacientes em relação aos cuidados que têm recebido e, por isso, ele agradeceu o trabalho de todos os profissionais envolvidos, incluindo as equipes do Hospital Doutor Estadual Jayme Santos Neves, na Serra, onde os manauaras estão internados.
A atenção dos profissionais também foi destacada por Tiago Barreto de Oliveira, que está no Estado para ficar mais próximo do pai – um dos pacientes de Manaus que ainda se encontra na UTI. "Todo dia, no início da tarde, eu converso com os médicos. Ele está sendo muito bem cuidado", disse o jovem, agradecido.
Aos 49 anos, o policial militar Altamir Gomes de Oliveira sentiu os primeiros sintomas um dia depois do colapso no abastecimento de oxigênio na capital do Amazonas. Como faz parte do grupo de risco, devido à hipertensão, a família solicitou a transferência dele. "Lá ele não ia sobreviver", desabafou o filho.
"Eu fico emocionado por saber que as pessoas têm se solidarizado com a situação que temos enfrentado, mesmo que seja apoiando só com uma mensagem de carinho. Se fosse o contrário (o AM recebendo capixabas), não seria diferente", disse Tiago. "É o momento da gente se unir e vencer essa batalha, essa doença."
Quem também viajou ao Espírito Santo foi o gerente André Cardoso. A esposa dele, Ray Cardoso, de 41 anos, está entre os pacientes que devem receber alta nos próximos dias. Ele chegou ao Estado na última sexta-feira (22). "As preocupações de como seria a recepção dela passaram. Eu vi in loco, foi a melhor que ela poderia receber", contou.
Juntos, eles têm duas filhas: uma de nove anos e outra de 15 anos, que ficaram em Manaus. "Enfrentamos todas as dificuldades e quando recebi a notícia de que ela estava muito próxima de ser liberada, que a recuperação dela estava muito bem, foi uma sensação de vitória, de alívio", comemorou.
Embora ainda não tenha uma data exata para reencontrar e reabraçar a mulher, André é só felicidade e agradecimento. "Não tem nenhum lugar onde ela poderia receber um tratamento melhor. Eu vejo como um renascimento, como uma nova oportunidade que Deus está dando para a gente viver", disse.
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