Um impasse entre Sindicato dos Trabalhadores (Sindilimpe-ES) e o Sindicato Estadual das Empresas de Limpeza Urbana do Espírito Santo (Selures) na assembleia de negociação salarial, realizada na manhã da segunda-feira (22), fez profissionais de limpeza urbana anunciarem a paralisação dos serviços em municípios da Grande Vitória. A greve vai afetar as cidades onde as atividades de varrição e coleta de lixo são realizadas por trabalhadores terceirizados: Vitória, Vila Velha, Serra, Cariacica e Guarapari.
Nesta terça (23), está prevista uma nova reunião entre representantes dos dois sindicatos, com intermediação do Ministério do Trabalho. Diante do risco de o impasse se prolongar, prefeituras da Grande Vitória se mobilizam para evitar o acúmulo de lixo nas ruas. Para isso, pedem a colaboração da população e também admitem utilizar mão de obra própria para fazer o serviço de limpeza. Confira como cada município pretende agir, caso a paralisação dos trabalhadores se estenda por tempo indeterminado.
A Prefeitura da Serra, por meio da Secretaria de Serviços (Sese), informou que está em contato com as empresas terceirizadas da coleta de lixo e limpeza urbana para cobrar soluções o mais rápido possível e para saber quais medidas estão sendo tomadas em relação à situação, que acontece em todo o Espírito Santo.
"A Sese solicita a compreensão e colaboração da população neste momento e sugere que o lixo doméstico seja bem acondicionado, de preferência em duas sacolas, separando o seco do úmido e, dentro do possível, evite colocá-lo nas ruas", pediu a prefeitura.
Por nota, a Prefeitura de Cariacica confirmou que os serviços de limpeza foram afetados com a paralisação. Contudo, enquanto as negociações entre os sindicatos prosseguem, o município informou fará a limpeza com mão de obra própria.
"A Prefeitura pede ainda a compreensão da população para que a limpeza da cidade seja mantida. Também convoca os trabalhadores para que continuem exercendo as suas funções, essenciais para manutenção da ordem pública, garantindo a saúde da população", diz a nota.
A Prefeitura de Vila Velha informou que preparou, nesta segunda-feira (22), uma força-tarefa para manter os serviços de limpeza pública da cidade, principalmente da coleta de lixo nas residências. E lembra que a Justiça do Trabalho já determinou que 30% do efetivo de limpeza urbana da empresa deverá ser mantido.
"O município em nenhum momento foi comunicado da paralisação, que pegou todos de surpresa, prejudicando principalmente a população que já foi atingida pelas fortes chuvas da noite do último domingo (21). Para que o lixo não se acumule na cidade, uma força-tarefa foi criada para recolher resíduos, dando prioridade ao residencial. Portanto recomenda aos munícipes que não descarte lixo na rua", diz a nota.
A Prefeitura de Guarapari, através da Companhia de Melhoramentos e Desenvolvimento Urbano (Codeg), disse que aguarda decisão judicial para saber se a greve será mantida no município. E não informou se há algum plano de ação caso a paralisação continue.
A Prefeitura de Vitória informou que a Central de Serviços aguarda um acordo da categoria acerca da paralisação. Enquanto a negociação está em andamento, a secretaria preparou uma força-tarefa para priorizar as principais demandas relacionadas a resíduos na cidade.
Conforme informação do Sindilimpe, entre as reinvindicações dos trabalhadores da limpeza urbana estão: reajuste salarial de 15%; melhores condições de trabalho; tíquete-alimentação linear no valor de R$ 1 mil e sem descontos em caso de atestado; férias ou diferença de escala; pagamento do plano de saúde integralmente pela empresa responsável; além da higienização dos uniformes.
"A categoria decidiu de forma unânime pela greve porque não aceita o que foi proposto. Precisamos ser valorizados e respeitados porque realizamos um trabalho fundamental para toda a sociedade", disse a presidente do Sindilimpe, Evani Reis, após a assembleia que levou à paralisação.
O Sindicato Estadual das Empresas de Limpeza Urbana do Espírito Santo (Selures) também se manifestou por meio de nota. No texto, esclarece que continuará buscando um acordo para o impasse instalado. "A associação patronal gostaria de informar que solicitou mediação, marcada para acontecer nesta terça-feira (23), ao Ministério do Trabalho (MT-ES)", informa.
"O Selures convoca os trabalhadores para que continuem exercendo as suas funções, essenciais para manutenção da ordem pública, garantindo a saúde da população, especialmente neste período que são comuns as fortes chuvas de verão”, diz o nota.
Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rapido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem
Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta