Nos dias de hoje, não é incomum ver crianças utilizando celular, tablet, entre outros aparelhos com acesso à internet. Ainda assim, especialistas orientam que uso, até mesmo na adolescência, deve ser limitado e supervisionado. Isso porque, além do excesso de tempo de tela, há riscos diversos para os menores.
A orientação geral é para que os pais ou responsáveis dialoguem com os filhos sobre conteúdos permitidos e aqueles que devem ser evitados.
Mas, além de supervisionar o uso da internet, existem também ferramentas de controle parental que podem ser utilizados para monitorar e até mesmo bloquear o acesso a determinados sites, conforme explica o gerente de Tecnologia da Informação da Universidade Vila Velha (UVV), Carlos Nascimento.
Há diversos recursos que podem ser instalados no celular, tablet ou computador. Um deles é o Google Family Link, aplicativo gratuito por meio do qual o responsável cria uma conta Google para a criança e define alguns filtros. A partir daí, é possível limitar o acesso a conteúdos impróprios no YouTube, por exemplo, impedir que sejam baixados aplicativos no Google Play sem a autorização dos pais e, também, saber quanto tempo essa criança fica conectada.
“Hoje já existem no mercado diversas opções e você consegue ter um controle de conteúdo, sobre o que poderá ser acessado. Consegue filtrar conteúdo pornográfico, conteúdo extremista. Consegue bloquear tipos de busca”, destaca Nascimento.
É o caso, por exemplo, do Kaspersky Safe Kids, que conta com uma versão gratuita e uma paga e permite que os pais gerenciem o tempo de tela, monitorem a localização dos filhos e até saibam se a bateria do celular está acabando. Além disso, essa ferramenta bloqueia sites adultos e, também, certas pesquisas no YouTube.
Nascimento pontua, entretanto, que, em geral, os aplicativos não bloqueiam o conteúdo a que se tem acesso dentro das redes sociais, seja por meio de compartilhamentos, seja por conversas. Assim, é importante tomar outros cuidados.
O especialista frisa que, quando a conta é criada, são exigidos alguns dados, inclusive a data de nascimento daquela pessoa. É importante colocar essa data correta, porque, quando o usuário tem menos de 18 anos, existe um filtro maior do conteúdo que é liberado.
“Há aplicativos que bloqueiam a instalação de outros aplicativos específicos, mas a questão maior não é nem de bloquear e, sim, saber o que está sendo instalado. Porque, em algum momento, a pessoa vai ter contato (com as redes). O ideal é que os pais orientem ou até acompanhem os filhos na criação das contas”, explica Nascimento.
A professora do Departamento de Psicologia da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) Luizane Guedes Mateus, que coordena o Núcleo de Psicologia Aplicada, alerta que crianças e adolescentes são muito vulneráveis ao bombardeio de informações nas redes sociais.
A maioria ainda não tem discernimento para avaliar o conteúdo e entender quão prejudicial pode ser. É o caso, por exemplo, de conteúdos extremistas que têm sido disseminados de forma constante, sobretudo em grupos virtuais.
“Acho que a primeira coisa a se pensar é a questão do diálogo. Da mesma forma que é importante falar sobre não divulgar dados pessoais na internet, é importante falar sobre esses grupos, a importância de não participar, de não disseminar esse tipo de conteúdo por aí.”
A professora considera ainda ser fundamental limitar o tempo de acesso de crianças e adolescentes às telas e restringir o uso, sobretudo, quando estão sozinhos.
“Não se deve deixar um adolescente trancado no quarto sozinho, por horas, mexendo na internet, por exemplo. É importante ter noção do histórico, do que está sendo acessado, mas é preciso tomar todos esses cuidados”, orienta Luizane.
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