Quem já foi picado por abelha sabe que dói bastante. Normalmente, o local fica inchado e depois de um tempo passa. O problema é que os sintomas podem ser piores para quem for alérgico: vômito, falta de ar, edema de garganta, desmaio e até parada cardiorrespiratória. A dúvida que fica é: dá para se antecipar a isso?
A Gazeta conversou com médicos especialistas que explicaram como uma pessoa pode descobrir se tem ou não alergia a abelha.
Antes de tudo é importante destacar que ninguém nasce alérgico a abelha: a pessoa pode desenvolver após a primeira picada. A partir dela, o corpo pode desenvolver anticorpos chamados "IgE específicos" no sangue que, numa próxima picada, podem acarretar sintomas mais graves.
Basicamente, de duas formas: sendo picado e desenvolvendo sintomas mais sérios, ou fazendo o teste de IgE específica e dando positivo.
"A gente só consegue descobrir de verdade quando tem sintoma. A gente até pode fazer uma IgE específica antes, só que não necessariamente quem tem a IgE positiva vai ter sintoma. Esse exame pode ser considerado uma espécie de triagem que vai dizer se a pessoa pode ter um sintoma mais sério. Um exemplo, a criança tem uma IgE específica para o leite, só que ela toma leite e não tem nada. Existir a proteína não significa que ela vai ter manifestação alérgica. A IgE específica é uma tendência alérgica, mas não necessariamente ela vai estar acontecendo", explicou o médico alergista Bruno Bastos.
Ou seja, para ter a certeza mesmo de que uma picada de abelha pode te causar sintomas sérios, só sendo picado. Mas o exame serve para prevenção. "Se você faz o exame e você já tem uma IgE específica, já é um sinal de alerta de que você pode ter alergia. Mas se você faz e dá negativo, naquele momento você não está correndo o risco. Você só vai ter risco se continuar sendo ferroado [porque aí você pode vir a desenvolver a alergia]", detalhou Bruno.
De acordo com o alergista Jose Carlos Perini, a orientação é sempre procurar um hospital. "Como vamos lidar com pessoas sobre quem não sabemos o que vai acontecer, a recomendação é sempre correr para o hospital, pois lá o médico vai saber o que fazer. E sobre o ferrão, a pessoa não deve apertar, pois assim pode injetar mais veneno. Você pode tirar com uma lâmina de lado ou deixar para que seja retirado no hospital", disse.
Quem não é alérgico e for picado por uma abelha, normalmente, vai sentir dor e inchaço no local. Quem for alérgico tem outros sintomas, como pontuou a médica alergista e imunologista da Reuma, Juliana Salim:
Quem já sabe que é alérgico deve ter um plano de ação que envolve medicação via oral e caneta de adrenalina. "Portar essa caneta de adrenalina é crucial. No caso de uma reação anafilática, que é fechar a garganta, a pessoa pode ter uma parada cardiorrespiratória e a única coisa que salva quando a pessoa já é alérgica é a caneta. Nesse plano de ação tem as medicações, bombinha, mas o principal é a caneta de adrenalina autoinjetável", declarou Juliana Salim.
Quem tem alergia pode, sim, morrer após ser picado apenas por uma abelha — por um choque anafilático.
Agora, quem não é alérgico, pode morrer caso seja picado por um enxame. "A pessoa que não é alérgica, não tem reação devido à alergia, ela tem reação tóxica por causa da quantidade grande de veneno", disse Bruno Bastos.
Sim! Uma vez descoberta a alergia, é possível passar por tratamentos que levem à cura. "Para isso se usam vacinas feitas por um especialista. Se há um diagnóstico e história [de reações a picadas] é possível fazer vacina e tratamento para curar essa alergia", afirmou o médico Jose Carlos Perini.
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