Executor confesso de Milena Gottardi, Dionathas Alves fez um desabafo durante seu interrogatório no Tribunal do Júri nesta sexta-feira (27), quinto dia do julgamento dos seis réus pelo assassinato da médica. Após os questionamentos iniciais do juiz, ele pediu ao magistrado para poder falar e, chorando, fez um desabafo pedindo perdão para a família de Milena.
"Que Deus dê força para a mãe, para o irmão da Milena e para as duas princesinhas", declarou. Com desespero, Dionathas ainda se questionou: "Fico pensando, como tive coragem? Como Hilário (Frasson, ex-marido da vítima) teve coragem?". Acompanhe o júri em tempo real aqui.
"Hoje sei como estão sentindo falta da mãe. Tinha um bom tempo que não via meu filho lá no CDP. Quando pedi a minha mãe para levá-lo falei que estava com saudade, não aguentava ficar longe dele. Quando ele me viu, era branquinho, ficou todo vermelho e começou a chorar, e logo imaginei as filhas da Milena, o que elas estão passando, como estão vivendo, dormindo, peço muito perdão, pelo amor de Deus, não sei como falar", disse chorando.
Durante o relato, Dionathas estava desesperado e chorando muito. O juiz, então, pediu para ele tomar água e se acalmar. Após a fala, foi iniciado o interrogatório do réu pelos representantes do Ministério Público Estadual (MPES).
Em entrevista para A Gazeta em setembro de 2019, Dionathas já havia demonstrado arrependimento e pedido perdão por ter matado Milena. Reveja o vídeo:
A médica Milena Gottardi, 38 anos, foi baleada no dia 14 de setembro de 2017, quando encerrava um plantão no Hospital Universitário Cassiano Antônio de Moraes (Hucam), em Maruípe, Vitória. Ela havia parado no estacionamento para conversar com uma amiga, quando foi atingida na cabeça.
Socorrida em estado gravíssimo, a médica teve a morte cerebral confirmada às 16h50 de 15 de setembro.
As investigações da Polícia Civil descartaram, já nos primeiros dias, o que aparentava ser um assalto seguido de morte da médica (latrocínio). Naquele momento as suspeitas já eram de um homicídio, com participação de familiares.
Ao liberar o corpo de Milena no Departamento Médico Legal (DML) de Vitória, o ex-policial civil Hilário Frasson teve a arma e o celular apreendidos pela polícia. Ele não foi ao velório e enterro, que aconteceram em Fundão, onde Milena nasceu.
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