O Ministério da Saúde publicou, na quarta-feira (3), em edição extra do Diário Oficial da União, avisos de dispensa de licitação que sinaliza a intenção de compra de 100 milhões de doses da vacina contra a Covid-19 da Pfizer, desenvolvida pela farmacêutica americana Pfizer em parceria com a alemã BioNTech, e de 38 milhões da vacina da Janssen, produzida pela divisão farmacêutica Johnson e Johnson. Os documentos preveem a entrega dos imunizantes até dia 31 de dezembro de 2021.
Segundo a pasta, as doses da Pfizer começam chegar ao Brasil no segundo trimestre de 2021, mas não houve detalhamento do cronograma. Com a Janssen, o cronograma proposto prevê a disponibilidade de 16,9 milhões de doses entre julho e setembro e 21,1 milhões de doses entre outubro e dezembro de 2021.
A pediatra e infectologista Ana Paula Burian destaca que a intenção do Brasil em comprar novas vacinas é fundamental para o controle da pandemia neste momento em que a doença avança em número de diagnósticos e óbitos diários. “Temos que tomar vacinas de forma mais rápida do que a disseminação do vírus, que agora já ocorre de forma mais acelerada devido à presença das variantes”, explica.
Burian explica ainda que quanto mais vacinas, melhor. “Não se trata de escolher vacinas. Trata-se de vacinar. Todas elas passaram por testes, fases de aprovação e, agora, apresentam eficácia comprovada. Elas podem, sim, ter reações adversas, mas que são administradas com orientação médica e não maiores do que o risco de óbito por Covid-19”, destaca.
O infectologista Lauro Ferreira Pinto também salienta a importância de adquirir mais vacinas. “Precisamos que a vacinação seja massiva, o que não está acontecendo. Apenas com uma estratégia de mais pessoas vacinadas, combinada com o uso de máscara, distanciamento social e permanência de hábitos de higienização, vamos passar por isso”, explica.
No caso da vacinação da Pfizer, o infectologista explica que ela tem uma tecnologia inovadora, que é o RNA Mensageiro. “Essa tecnologia consegue produzir uma quantidade enorme de anticorpos, e estudos indicam que a sua resposta é mais robusta e intensa do que as demais vacinas aprovadas no momento. Também existe a expectativa de que ela seja mais eficiente diante das novas variantes, que já estão em diversas partes do mundo”, explica.
Sobre a vacina da Janssen, uma das vantagens, segundo o infectologista, é que a sua aplicação é feita em uma única dose. “Para uma campanha de vacinação em massa, ter a aplicação em dose única contribuirá para que mais pessoas estejam imunizadas em menos tempo”, acrescenta.
Em 9 de novembro de 2020, a Pfizer anunicou que a vacina contra o coronavírus tinha uma taxa de eficácia de 95%, superando em muito as expectativas. Pouco mais de um mês, em 11 de dezembro, os Estados Unidos autorizou o uso emergencial do imunizante. Atualmente, a previsão das fabricantes é produzir 2 bilhões de doses em todo o mundo até o final de 2021.
O trabalho que levou a esta vacina começou há uma década, quando pesquisadores desenvolveram um método para fazer vacinas a partir de um vírus chamado Adenovírus 26. É o mesmo método de produção de vacinas contra o ebola, por exemplo. O anúncio da eficácia da vacina foi anunciado em janeiro deste ano, tornando-se a primeira o primeiro imunizante seguro e eficaz com apenas uma dose.
Com informações da Agência Brasil
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