Mergulhadores do Instituto Chico Mendes da Biodiversidade (ICMBio) capturaram recentemente peixes-leão no arquipélago de Fernando de Noronha, o que despertou preocupação e curiosidade a respeito desse tipo de animal. Isso porque, de acordo com especialistas, a espécie é considerada invasora e uma ameaça ao meio ambiente e aos seres humanos.
O Pterois volitans, nome científico do peixe-leão, tem espinhos venenosos que contêm uma toxina que pode causar febre, vermelhidão e até convulsões aos seres humanos. O animal é nativo dos Oceanos Índico e Pacífico, e foi levado na década de 1990 pelo homem, de forma acidental, para o Caribe. Segundo o ICMBio, já era esperado que a espécie chegasse ao país em algum momento. No Espirito Santo não foi registrada nenhuma aparição.
O Brasil com seus 8.500 km de costa, águas temperadas e tropicais, abriga praticamente todas as famílias e gêneros das 200 espécies consideradas peçonhentas ou venenosas de peixes conhecidos. São popularmente chamados de niquim, peixe-sapo, bagre, arraiá, baiacu, peixe-escorpião, entre outros. São encontrados em águas marinhas, fluviais e salobras, muitas vezes vivendo em locais rasos, em rochas, camuflados ou enterrados.
No litoral do Espírito Santo, de acordo com o biólogo Daniel Motta, mestrando em Biologia Animal na Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), temos a presença de várias espécies de baiacus. Outro já encontrado por aqui é o peixe-escorpião.
As espécies mais comuns de serem encontradas no litoral do nosso estado são: Baiacu-arara (Lagocephalus laevigatus), Baiacu-pintado (Sphoeroides spp) e Baiacu de espinho (Chilomycterus spinosus). Sendo o Baiacu-arara, mais utilizado na culinária.
Baiacu é a designação popular de diversos peixes da ordem dos Tetraodontiformes, onde o veneno está na carne. Comer a carne não tratada para a retirada da toxina pode levar à morte.
É considerado um peixe venenoso, mas não é peçonhento: não tem presas nem espinhos para injetar toxina em suas vítimas. Diferente do peixe-escorpião.
O nome científico do peixe-escorpião é Scorpaena plumieri. Essa espécie chega até 30 cm de comprimento e é originaria dos Oceanos Pacífico e Índico. Esse peixe chama atenção pelas grandes “bochechas” carnudas sustentadas por um osso e as grandes nadadeiras peitorais.
Mas o perigo está na sua nadadeira dorsal onde estão vários espinhos venenosos e como esses peixes ficam escondidos entre corais, é bem comum acidentes com mergulhadores.
A picada do animal pode dificultar a respiração e os batimentos cardíacos, fazendo com que a pessoa tenha falta de ar, vômito e náuseas. Esse processo pode gerar acúmulo anormal de líquidos no pulmão.
O nome do biólogo é Daniel Motta, e não Danilo, como informado originalmente pela reportagem. O texto foi alterado.
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