Força, vontade, afeto e determinação são palavras que definem Camila Nascimento e Cassyane Raimundo Moreira, moradoras de Cachoeiro de Itapemirim, no Sul do Estado. Por isso, neste Dia Internacional da Mulher, 8 de março, conheça essas duas mulheres que enfrentam desafios no dia a dia e inspiram outras pessoas por meio de suas histórias. As informações são da TV Gazeta Sul.
Camila Nascimento, de 23 anos, é ajudante de pedreiro. Durante o dia, ela sobe e desce escadas com sacos de argila, enche baldes de areia e faz muitas outras tarefas. No entanto, ser mulher numa profissão tão comum entre os homens, gera comentários.
Segundo Camila, os comentários preconceituosos são diversos. "'Nossa! Mas isso não é trabalho para você'. Você tem que arranjar um trabalho onde mulheres estão. Você vai ficar no meio de homens e eles não vão te respeitar”, relata. Contudo, a jovem afirma que não é desse jeito. “Eles respeitam muito e você vê a admiração que é estar no meio deles”, diz.
O grande incentivador da Camila é o pai dela, que é pedreiro. Luiz Antônio Rodrigues Nascimento conta que todos os quatros filhos sempre ajudaram no serviço de pedreiro, e ver a filha caçula, atualmente, junto a ele na obra, é motivo de orgulho. “É uma alegria saber que a minha filha trabalha e que está conquistando o espaço dela como mulher e como pessoa”, pronuncia o pai.
E esse apoio da família foi fundamental, pois, para Camila, lugar de mulher é onde ela quiser.
Há vários séculos as mulheres lutam pelo espaço delas na sociedade, porém, o dia 8 de março de 1917 é considerado um marco. Neste dia, mulheres operárias da Rússia saíram às ruas e fizeram um protesto em busca de melhores condições de trabalho. Embora a luta seja antiga, ainda há muita desigualdade.
De acordo com a última pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), com dados de 2019, as mulheres têm o salário 22% menor do que os homens. Por outro lado, o número de mulheres empreendedoras cresceu 2,9 pontos percentuais em comparação com o ano de 2012.
Cassyane Raimundo Moreira, de 33 anos, é um exemplo de mulher empreendedora cabeleireira. Contudo, não foi fácil. Ela fala que teve dificuldade para ingressar no mercado de trabalho e viu muitas portas serem fechadas. "Eu nunca tive oportunidades, nenhuma vez na vida alguém me ligou", lembra.
Aos 23 anos, Cassyane conseguiu emprego em um salão para cuidar de cabelo afro. Com o tempo, aprendeu a profissão e decidiu abrir o próprio negócio.
Além de empreendedora, Cassyane é mãe solo de duas meninas. E cuida da casa e do salão por conta própria. “Não é fácil, tem dias que a gente se pergunta ‘como a gente consegue?’. Eu falo que isso é força de vontade”, diz.
A força dessa mulher é a avó dela, a aposentada Vandecir Raimundo. E é ela quem faz o papel de mãe da Cassyane. “Para mim, é uma grande vitória, porque evoluiu muito de uns anos para cá. Naquele tempo, eu não podia trabalhar, hoje ela pode fazer tudo: trabalhar, ser independente...”, conclui Vandecir.
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