A redução da transmissão da Covid-19 na Grande Vitória já vinha sendo observada, mas um novo levantamento do Núcleo Interinstitucional de Estudos Epidemiológicos (NIEE) conseguiu definir o momento em que a curva da doença começa a apontar para baixo: foi a partir do dia 11 de junho, após três semanas de estabilização.
O estudo analisa os casos ativos estimados - número obtido do total de confirmados com teste PCR, descontados os curados e os óbitos - e não leva em conta os 16 últimos dias, janela temporal em que ainda é possível haver atualização na quantidade de registros da doença no Estado por meio de exames.
O levantamento com os casos ativos confere maior precisão aos indicadores porque avalia dados referentes a pessoas que ainda podem transmitir o coronavírus, segundo afirma Pablo Lira, presidente do Instituto Jones dos Santos Neves (IJSN) e um dos membros do NIEE.
A região metropolitana, conforme revela o estudo, começou a conseguir a estabilização por volta do dia 20 de maio e seguiu com esse quadro até 10 de junho. Depois, veio o indicativo de queda gradual, confirmada no final do mês. Entre 14 e 28 de junho, a redução foi de 17% no indicador que reproduz a tendência da taxa de transmissão.
Diante desses dados, alguns podem questionar por que, no início do mês passado, havia uma preocupação grande da área da Saúde em relação à transmissão da doença. Pablo Lira explica que, de fato, o momento era crítico, pois, apesar da estabilização, o patamar era elevado e o número de casos ativos ainda era maior do que o de curados.
"Foi só a partir da segunda quinzena de junho que começaram a reduzir os casos ativos na Grande Vitória, uma redução gradativa. Importante destacar isso: o crescimento é rápido, mas a queda ocorre de maneira mais lenta. E, mesmo com resultados melhores, ainda não é momento de comemorar. É preciso manter o que está sendo feito", ressalta.
No Espírito Santo, o quadro atual não é de queda dos casos ativos porque, no interior, ainda há crescimento, embora em ritmo menor. "Mas o Estado conseguiu equilibrar a gestão da doença com o isolamento social, expansão dos serviços de saúde, com a adoção do uso de máscaras. Até que cheguem as vacinas, é preciso continuar com esse trabalho de mitigação e é necessária a colaboração de todos", conclui.
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