O Contorno do Mestre Álvaro, na BR-101, na Serra, passa por intervenções para correção das ondulações em ponte construída sobre o terreno pantanoso do local. Inaugurado em 15 de dezembro de 2023 e com trânsito 100% liberado nos dois sentidos no dia 23 daquele mês, o local já é alvo de reclamação de motoristas, que afirmam que, em alguns pontos, os desníveis da via e as consequentes trepidações ao volante trazem riscos a quem dirige.
Um vídeo que circula nas redes sociais mostra remendos de asfalto em cima da estrutura de concreto, além de marcas de frenagem brusca na região recém-inaugurada.
Nesta quinta-feira (21), a reportagem de A Gazeta foi até o local e constatou que todas as juntas das placas de concreto estão passando por um processo de reforço.
Segundo um dos funcionários da operação, que não quis ser identificado, tal reforço não estava previsto inicialmente, e a atual intervenção deve durar de três a quatro meses.
"Começamos hoje essa operação. O que sei é que isso não estava previsto, mas estamos fazendo para garantir o reforço, para evitar problemas para quem passa na ponte", disse o funcionário.
"A ponte não estaria suportando a quantidade de veículos, nem a velocidade que eles estão passando por aqui. Por isso, vamos reforçar", disse outro operário.
Segundo Delso Gomes, especialista em Gestão, Mobilidade e Segurança no Trânsito, a sensação no local é de insegurança.
"Logo depois da inauguração, foi observado o problema da falta sinalização, o que gerou uma confusão muito grande entre os motoristas, sendo um prato cheio para causar acidentes. Em relação à estrutura, por conta da quantidade de ondulações que tem na superfície, com qualquer carro pequeno já é possível notar a trepidação (vibração, oscilação do veículo na pista)", disse Delso.
"Sei que isso não é uma condição normal, porque a gente nunca passa em uma ponte que tem tanta ondulação. Isso obriga o motorista a passar a 40 km/h", complementa Delso.
Para fazer os motoristas diminuírem a velocidade ao passar pela ponte, o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), responsável pela obra, instalou placas que sinalizam que a velocidade em cima da estrutura é de 40km/h, informando ainda que o trecho conta com fiscalização eletrônica.
Entretanto, registros feitos por motoristas e pela reportagem de A Gazeta mostram que o local não conta com dispositivos instalados para a medição da velocidade dos veículos.
Segundo o Dnit, atualmente estão sendo realizados trabalhos voltados para a instalação de sinalização definitiva, iluminação, drenagem e outras possíveis correções solicitadas no local. Procurado pela reportagem, o órgão nacional confirmou que os serviços no Contorno do Mestre Álvaro devem continuar até o final de junho, quando se encerra o contrato de construção.
“Até o final de junho, quando encerra a vigência do contrato de construção do empreendimento, podem ser vistas equipes do Dnit ao longo do empreendimento realizando algum tipo de serviço. Conforme o contrato junto ao Consórcio, a data limite para a execução dos serviços previstos em projetos encerra dia 31 de março. Contudo, a partir desta data até 30 de junho, a empresa tem prazo para executar a complementação e/ou refazimento de serviços que o departamento não tenha aceitado”, informou o Dnit, por meio de nota.
Sobre a operação feita nas juntas da ponte, o Dnit explicou que “as juntas serão refeitas afim de acabar com as ondulações excessivas. Importante destacar também que estas ondulações não oferecem danos estruturais à ponte, que está integra e sem qualquer tipo de defeito ou patologia que coloque em risco a segurança dos usuários”.
Em relação à velocidade na via, o órgão esclareceu que as sinalizações são temporárias. “A redução da velocidade se faz necessária, visando à segurança dos trabalhadores e usuários da rodovia até a conclusão dos trabalhos. Essas placas são provisórias e a fiscalização eletrônica será feita com apoio de radares móveis da Polícia Rodoviária Federal (PRF)”, diz a nota do Dnit.
A reportagem de A Gazeta também procurou a PRF para confirmar a instalação dos radares na via, mas a corporação não retornou sobre o assunto até a publicação desta reportagem.
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