Dos 1.818 casos confirmados do novo coronavírus na Região Sul do Estado, 392 são profissionais que trabalham na área da saúde. Mesmo tomando todos os cuidados, usando equipamentos de proteção e as máscaras, os profissionais que trabalham nos hospitais e unidades de saúde têm pagado um alto preço por estarem na linha de frente no combate da doença.
A categoria já representa 21% do total dos casos do Sul do Espírito Santo, segundo dados da Secretaria de Estado da Saúde (Sesa). O município com o maior número de casos é Cachoeiro de Itapemirim, com 106 profissionais da área contaminados, uma pessoa infelizmente morreu e, até o momento 67 estão curados.
A médica da família, Samila Guimarães, faz parte desta estatística no município. Ela conta que começou a sentir os primeiros sintomas no dia 11 de maio, se agravaram e depois ficou internada por 11 dias. Durante minha internação, três técnicos tiveram que ficar isolados, porque eles se contaminaram. A gente tem medo porque é uma doença desconhecida e não sabemos como vai evoluir. Minha família ficou desnorteada e eu só falava com eles por videochamada, contou.
Na Santa Casa de Cachoeiro de Itapemirim, hospital referência no combate à Covid-19 na região Sul do Estado, várias medidas foram adotadas para proteger os profissionais desde o início da pandemia. A primeira medida foi a retirada dos funcionários do grupo de risco, tiramos também o administrativo da unidade para reduzir a circulação. O maior risco de contaminação é na retirada do EPI. Estamos fiscalizando como esses profissionais estão usando esses equipamentos, pois precisam estar saudáveis para manter nosso quadro e atender a população, disse a enfermeira do trabalho da Santa Casa, Camila Alves.
Atrás de Cachoeiro, vem o município de Anchieta, com 81 profissionais contaminados. Presidente Kennedy tem 41 e Marataízes, 28. De acordo com a coordenadora do Sindicato de Saúde da Regional Sul (Sindisaúde), Rita Olímpio, vários fatores influenciam no aumento desses números. Ela conta que problemas estão sendo denunciados e encaminhados às autoridades competentes.
O Sindisaúde tem trabalhado incansavelmente para proteger os profissionais da saúde, fiscalizamos, visitamos as unidades para verificar tudo. As denúncias, como a falta de treinamento e de EPIs adequados são recebidas e encaminhadas aos gestores das unidades, gestores públicos e também para o Ministério Público Estadual e Ministério Público do Trabalho, disse Olímpio.
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