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Coronavírus em Vila Velha: raio-x da cidade com mais casos no ES

Coronavírus em Vila Velha: raio-x da cidade com mais casos no ES

Segundo as informações do Painel Covid-19, ferramenta da Secretaria do Estado de Saúde (Sesa), a cidade já registrou 10.223 casos confirmados, com 337 mortes

Publicado em 14 de julho de 2020 às 20:01

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Vila Velha  - ES - Capixabas aproveitam dia de sol para atividades ao ar livre.
Vila Velha é a cidade com mais casos de coronavírus no Espírito Santo. (Vitor Jubini)

Vila Velha, a cidade com a segunda maior população do Espírito Santo - são 493.838 habitantes - , é também a que possui 16% dos casos de contaminação pelo novo coronavírus em solo capixaba. A maior parte deles distribuídos nos bairros nobres. A preocupação agora é com a disseminação da doença para um dos maiores aglomerados urbanos do município, a Grande Terra Vermelha.

Segundo as informações do Painel Covid-19, ferramenta da Secretaria do Estado de Saúde (Sesa), a cidade já registrou 10.223 casos confirmados, com 337 mortes. É seguida por Serra (9.371), Vitória (9.202), Cariacica (7.291) e Viana (1.147). Estes municípios, somados a Vila Velha, totalizam 37.234 casos, 57% de todas as ocorrências do Estado, que tem 65.213 confirmações da doença.

À frente no ranking da contaminação está região nobre da cidade, que responde por quase 30% dos casos, distribuídos entre: Praia da Costa (1.133), seguido por Itapuã (772), Itaparica (613) e Coqueiral de Itaparica (388). Três deles também ocupam as primeiras posições no número de mortes pela doença: Praia da Costa (27), Coqueiral de Itaparica (14) e Itapuã (13).

Os óbitos na cidade foram mais expressivos nas seguintes faixas etárias: 60 a 69 anos (80), 70 a 79 anos (77), e 80 a 89 anos (67). Já as contaminações pela doença atingiram com maior voracidade as pessoas nos seguintes intervalos de idade: 30 a 39 anos (2.647), 40 a 49 anos (1.662), 20 a 29 anos (1.486), e 50 a 59 anos (1.011).

Em relação à raça, a Covid-19 manteve no município o perfil do Estado, atingindo mais a população negra. Dentre os 10.223 casos confirmados de Vila Velha, 38% foi de pessoas negras (junção de pardos e pretos, segundo o critério do IBGE). E, por consequência, foi entre os negros que também se registrou o maior índice de óbitos, 43%.

Confira os casos por raça:

Vista aérea de Vitória e Vila Velha
Vista aérea de Vitória e Vila Velha. (Luciney Araújo)

Na cidade, as chamadas comorbidades ou doenças pré-existentes nos que foram contaminados pelo novo coronavírus, mais frequentes foram: cardiológicas (1.835), diabetes (802), problemas pulmonares (351), obesidade (285), tabagismo (174) e problemas nos rins (68).

AGLOMERADOS URBANOS

De acordo com o secretário de saúde de Vila Velha, Jarbas Ribeiro de Assis, o alto número de contaminações pela doença na cidade é um reflexo do começo da pandemia. Nestas regiões residem as pessoas com maior poder aquisitivo. "Moradores que chegaram do exterior trazendo o vírus”, explica.

A partir destes bairros a doença começou a se espalhar pela cidade. Outro ponto, relata o secretário, é o isolamento social que nunca conseguiu atingir o índice mínimo adequado de 55% da população em casa. “Isto apesar de todas as medidas adotadas pela prefeitura, com fiscalização de bares e até prisão de donos de estabelecimentos”, relata.

A preocupação agora é com a disseminação da doença para a Região 5, a Grande Terra Vermelha. “Nos preocupa muito por ser uma população de perfil econômico menor, muito aglomerada em suas casas, sem tomar cuidados devidos apesar de todas informações passadas. Nossa preocupação é evitar que aconteça uma explosão de casos”, assinala Jarbas.

Uma das medidas que já adotaram, segundo Jarbas, foi a implantação de consultórios de rua destinados a tratamentos de síndromes gripais na Região 5. As estruturas já estão sendo montadas nas Unidades de Saúde de Barramares, Ulisses Guimarães, Barra do Jucu, Terra Vermelha e Vila Nova.

O secretário informou ainda que Vila Velha foi a primeira cidade do Estado a estabelecer um planejamento, por meio do Plano de Contingência Covid-19, para determinar fluxos rede municipal, estadual e privada, em fins de janeiro 2020.

Observa ainda que as medidas elencadas nos decretos de pandemia tanto do governo estadual quanto municipal foram adotadas. Mas ressalta: “A população precisa se conscientizar de que estamos vivendo um momento grave, com muitas mortes e casos novos no Estado”, pondera.

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