O consórcio de veículos de imprensa divulgou novo levantamento da situação da epidemia de coronavírus no Brasil a partir de dados das secretarias estaduais de Saúde, consolidados às 20h desta quinta-feira (9). Segundo o boletim, o Espírito Santo está entre os cinco estados do Brasil que apresentam tendência de queda no número de mortes por Covid-19. A notícia foi veiculada no Jornal Nacional desta quinta-feira.
Os números divulgados pelo consórcio mostram que a progressão das mortes por coronavírus no Brasil atingiu uma estabilidade. A média de mortes passou de 900 por dia em 23 de maio e, desde então, fica em torno de 1.000 por dia.
O Espírito Santo figura na lista dos cinco estados que apresentam queda no registro de novas mortes (-16%), junto com Rio de Janeiro (-21%), Acre (-35%), Amapá (-25%) e Pará (-45%). Essa comparação leva em conta a média de mortes nos últimos sete dias até a publicação do balanço em relação à média registrada duas semanas atrás, de acordo com critérios adotados pelo consórcio e pelo Jornal Nacional.
A partir desta quinta (9), o Jornal Nacional vai divulgar um indicador usado por diversos veículos da imprensa internacional: a chamada média móvel. Para calcular essa média, os especialistas em dados somam o número de mortes ou casos nos últimos sete dias e dividem o resultado por sete.
Por exemplo: o total de mortes no estado de São Paulo na primeira semana de julho foi de 1.712. Dividindo por sete, chegamos ao número médio de 245 mortes por dia neste período. Quando a gente acompanha a variação dessa média ao longo do tempo, é como se, em vez do retrato de um instante, a gente tivesse um vídeo da evolução da pandemia, o que ajuda a compreender melhor o comportamento da doença. Segundo os infectologistas, um indicador mais fácil e mais preciso para entender os rumos da Covid-19 no país.
A media móvel, ela vai te dar uma tendência maior - se esses casos estão subindo, se estão caindo naquela região. O dado agrupado é bem mais fidedigno do que o dado diário, que a gente não consegue ver essa modificação tão facilmente, avalia Alberto Chebabo, vice-presidente da Sociedade Brasileira de Infectologia.
Os dados para o cálculo da média móvel são os apurados pelo consórcio de veículos de comunicação formado por G1, O Globo, Extra, O Estado de S.Paulo, Folha de S.Paulo e UOL. Esse grupo reúne diariamente os números da doença nos 26 estados e no Distrito Federal, para que os brasileiros saibam, com transparência, o total de óbitos e de casos no país. A iniciativa inédita veio como resposta à decisão do governo Jair Bolsonaro de restringir, na época, os dados sobre a pandemia da Covid-19.
Essa media móvel, ela depende do comportamento da sociedade e das medidas que os governantes tomam. Ou seja, se, de repente, eu deixo de tomar qualquer medida de prevenção, uso de máscara, higiene, eu com certeza vou aumentar a transmissão. Os bares que ficam lotados sem o controle adequado, vai aumentar a transmissão. Então, por isso que tem que ser acompanhado sempre, e às vezes, não adianta você ver dia a dia, afirma Marcelo Otsuka, coordenador do Comitê Infectologia Pediátrica da SBI.
E como saber se, em um determinado estado, os números da doença estão aumentando, diminuindo ou em estabilidade? Por causa do tempo de incubação do novo coronavírus, os especialistas recomendam comparar a média móvel de hoje com a de 14 dias atrás. Esse é o modelo adotado, por exemplo, pelo jornal americano The New York Times.
A dinâmica da infecção é cinco dias de período de incubação, sete dias para pessoa procurar assistência médica. Então, em média de 12 a 14 dias, você pode ter variações importantes desde o primeiro contato, destaca Croda.
Você consegue ver os estágios diferentes de evolução daquela doença, respeitando esse período de incubação - que é o período entre as pessoas se expuserem, o momento que elas se expuseram, até o momento que ela começa a desenvolver sintomas, comenta Chebabo.
Nessa comparação com a média de 14 dias atrás, os especialistas entendem que variações no número de mortes ou de casos de até 15% para mais ou para menos caracterizam estabilidade da doença nesse período.
Quando a gente faz essa curva, a gente entende se essa curva está aumentando muito ou pouco. Se ela estiver num aumento muito importante significa que a gente não tem nenhum controle da doença. Se a gente tem uma transmissão mais baixa significa que a gente consegue ou está conseguindo controlar a doença, diz Marcelo Otsuka.
Assim, vai ser possível identificar mais claramente os estados que estão conseguindo combater a doença e também onde a pandemia está fora de controle.
Segundo o consórcio de veículos de imprensa - informando que as secretarias de saúde de Rondônia e Mato Grosso não fecharam seus balanços diários até às 20h, por isso ficaram de fora desse boletim -, nas últimas 24 horas, foram confirmados 1.199 mortes por Covid-19 no Brasil. Com isso, o número total de mortes subiu para 69.254.
Já o número de casos confirmados no país, em 24 horas, ficou em 42.907. E o número total de casos é agora de 1.759.103.
Um dos dados que o JN vai passar a mostrar é a média de mortes nos últimos sete dias, a chamada média móvel. No boletim divulgado na noite desta quinta (9), a média de mortes nos últimos sete dias ficou em 1.037.
No gráfico que mostra os números de óbitos e casos diários, além da média móvel, também é possível perceber uma estabilidade no número de mortes começando em junho. É o que os pesquisadores chamam de platô. Desde o início do mês, a média tem sido de um pouco mais de mil mortes por dia. Essa constante elevada no número de óbitos mostra que estamos com dificuldade de controlar a doença, seja pela falta de médicos, pela falta de equipamentos ou do desrespeito às determinações de distanciamento e do uso de máscara.
Também é possível saber como a doença está se comportando em cada estado. Para saber se os números da doença estão em alta, em queda ou estáveis é feita a comparação entre a média móvel de hoje e a média móvel de 14 dias atrás.
De acordo com o último boletim do consórcio de veículos de imprensa, o número de novas mortes está subindo em oito estados - Minas Gerais, Goiás, Mato Grosso do Sul, Piauí, Rio Grande do Norte, Paraná, Rio Grande do Sul e Santa Catarina - e no Distrito Federal. Mato Grosso do Sul e Rio Grande do Sul tiveram as maiores altas, 88% e 77% respectivamente.
Já os estados onde os números ficaram estáveis - quando a variação entre a média de mortes registrada nos últimos 14 dias fica em até 15% para mais ou para menos - foram 11: São Paulo, Roraima, Tocantins, Alagoas, Bahia, Ceará, Maranhão, Pernambuco, Sergipe, Paraíba e Amazonas.
Em cinco estados houve queda no número de novas mortes: Rio de Janeiro, Espírito Santo, Acre, Amapá e Pará. No Pará e no Acre, as quedas foram mais acentuadas, 45% e 35% respectivamente.
*Fonte: Jornal Nacional e G1
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