O Espírito Santo atingiu mais uma marca negativa em relação à pandemia do coronavírus, nesta quinta-feira (17): mais de 500 pessoas infectadas estão internadas nas UTIs dos hospitais do Estado. De acordo com o Painel Covid-19, ferramenta da Secretaria do Estado de Saúde (Sesa), 509 pacientes que contraíram a doença estão em tratamento intensivo. Em números percentuais, isso representa 82,5% dos leitos ocupados.
Esse indicador se torna ainda mais alarmante se forem levados em consideração os pacientes internados nos leitos de enfermaria destinadas ao tratamento do coronavírus. Nesta quinta (17), 475 pessoas estão nas enfermarias, o que, percentualmente, representa 74,92% de ocupação. Somando-se os valores de utilização de UTIs e enfermarias, ao todo 984 pessoas estão internadas por conta da Covid-19 no Estado.
O número de pacientes internados nas UTIs, inclusive, é o maior desde o dia quatro de agosto, quando 514 infectados no Estado estavam em tratamento intensivo. O crescimento do número de vagas ocupados nos hospitais do Estado também afeta um dos principais indicadores da elaboração do Mapa de Risco do Governo do Estado: o número de leitos potenciais para o tratamento da doença, que leva em conta a capacidade de ampliação de vagas de UTIs e enfermarias que o Espírito Santo possui.
Ainda com dados da atualização desta quinta (17) do Painel Covid-19, observa-se que, dos 715 leitos de UTI disponíveis para ampliação no Estado, 617 já estão voltados para tratamento de pacientes com coronavírus, ou seja, 71,19%. Em relação as enfermarias, das 817 vagas disponíveis para ampliação, 634 já são destinadas aos infectados pela doença, o que representa 58,14%.
E a demanda por leitos de UTI e enfermarias tende a crescer nos próximos dias, já que, nesta quinta (17), o Espírito Santo registrou 2.292 novos casos de coronavírus, sendo o quarto dia seguido que ultrapassa a barreira dos 2 mil casos diários. Além disso, nos últimos nove dias, o Estado bateu por três vezes o recorde de casos de coronavírus registrados em 24 horas.
Inicialmente, no dia 8 deste mês foram computados 2.418 casos, ao passo que no dia seguinte, quarta-feira (9), foram contabilizados 2.419 novos casos, um a mais do que no dia anterior. Nesta quarta-feira (16), uma semana depois, o Estado chegou aos 2.989 registros da doença, segundo dados do Painel Covid-19.
Os primeiros quinze dias de dezembro, inclusive, foram o período no qual houve o maior número de notificações de novos casos da Covid-19, analisando a comparação entre quinzenas. Foram 27.937 pessoas infectadas pelo coronavírus no Estado apenas nos 15 primeiros dias deste mês. O número de mortes também assusta: 351 óbitos contabilizados, mais que o dobro em relação ao mês anterior, no mesmo período.
No entanto, é importante lembrar que a Secretaria Estadual de Saúde (Sesa) ampliou a testagem duas vezes, nos dias 11 e 22 de setembro. Desde então, quem mora com um positivado ou quem apresenta sintomas da doença é testado, independentemente de idade ou comorbidades.
Os números de novos casos e de mortes registradas em decorrência da Covid-19 são outros fatores preponderantes para a elaboração do Mapa de Risco do Governo do Espírito Santo, que determina a classificação dos municípios de acordo com o risco de transmissão da doença. No mais recente mapa, divulgado na sexta-feira (11), seis municípios aparecem em risco alto de transmissão.
São eles: Ecoporanga, Mantenópolis, Marilândia, Ibiraçu, Domingos Martins e Anchieta. Outros municípios podem ser classificados em risco altos nos próximos dias, sobretudo os da Grande Vitória, como informou o governador Renato Casagrande durante entrevista para a Rádio CBN Vitória na última terça-feira (15). Segundo o governador, o alto número de mortes e de pessoas infectadas credencia as cidades da região Metropolitana a mudarem a classificação no mapa. Ele ainda ressaltou que isso implica restrições ao comércio nos locais.
Entre as cidades da região Metropolitana do Estado, a que mais preocupa e que caminha para a classificação de risco alto é Vila Velha. O secretário de Saúde do Estado, Nésio Fernandes, afirmou na terça-feira (15) que, por conta do aumento do número de novos casos e de mortes registradas, o município pode deixar a classificação de risco moderado na qual atualmente se encontra.
"Isso representa o risco iminente de que muitos municípios capixabas irão migrar para risco alto e moderado. Serão raros os municípios em risco baixo na última semana deste mês. Existe uma chance grande de não haver município em risco baixo. Acompanhando a evolução de óbitos, vemos que a situação de Vila Velha está crítica. Dos municípios da Grande Vitória, é o que caminha para um ponto muito crítico no mapa de risco, já que saiu de 14 óbitos na semana 47 de análise para 35 óbitos duas semanas depois, ou seja, mais do que dobrou a quantidade de mortes em 15 dias", disse.
O município canela-verde, inclusive, foi o 11º município do Brasil que mais registrou mortes por coronavírus em um período de 14 dias, conforme levantamento do pesquisador Wesley Cota da Universidade Federal de Viçosa (UFV) e divulgado pelo Globo nesta quarta-feira (16).
Segundo o detalhamento, que utiliza dados do consórcio de veículos de imprensa, formado por O Globo, Extra, G1, Folha de S.Paulo, UOL e O Estado de S. Paulo, que reúne informações das secretarias estaduais de Saúde, foram 62 óbitos registrados no período em decorrência da Covid-19 em Vila Velha.
O Espírito Santo registrou 33 mortes e 2.292 novos casos de coronavírus nas últimas 24 horas. Os dados são do Painel Covid-19, da Secretaria de Estado da Saúde (Sesa), atualizado na tarde desta quinta-feira (17). Até o momento, o Estado contabiliza um total de 4.696 mortes pela doença e 223.219 casos confirmados.
O município de Vila Velha, com 31.611 registros, mantém o maior número de moradores infectados. Em seguida, estão Serra (27.952 casos), Vitória (26.708) e Cariacica (19.295).
A quantidade de curados também subiu, chegando a 205.007. A taxa de letalidade da Covid-19 se mantém 2,1%, e 714.771 testes já foram realizados no Estado.
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