A realização de testes para o novo coronavírus no Laboratório Central do Espírito Santo (Lacen-ES) diminuiu o ritmo há pelo menos três semanas. É que desde meados de abril faltam kits de extração da amostra dos pacientes, uma das etapas automatizadas do exame PCR (padrão ouro), o que está levando ao atraso no processo de testagem e, consequentemente, no diagnóstico para a Covid-19.
O secretário estadual da Saúde, Nésio Fernandes, explica que o problema está no fornecimento dos kits no mercado, que está desabastecido. Ele admite que a situação levou ao acúmulo de exames no Lacen que precisam ser liberados, porém, afirma, não dispõe do levantamento da quantidade exata de testes represados.
"É bom esclarecer que o problema não é a falta de testes, mas de um kit que é uma das etapas do processo", frisa. Conforme levantamento do Painel Covid-19, ferramenta do governo com atualizações diárias sobre a doença, nesta terça-feira (12) o Estado dispõe de 144,3 mil testes PCR, que são capazes de identificar o coronavírus no início da infecção.
Com o kit automatizado, Nésio Fernandes revela que o Lacen estava apto a fazer 96 extrações de amostras em duas horas. Agora, manualmente, realiza 48 procedimentos em três horas.
Questionado sobre a solução para o quadro, o secretário observa que não há muito a se fazer enquanto não houver os kits no mercado, a não ser o reforço na atuação da equipe técnica do laboratório. "É uma megaoperação manual para poder realizar o processo, e também muito perigosa porque os profissionais ficam mais expostos ao material biológico de pessoas infectadas."
Já os hospitais de referência para atendimento a pacientes com a Covid-19, que estão recebendo equipamentos para testagem, não vão passar pelo mesmo problema. Nésio Fernandes esclarece que os aparelhos têm uma tecnologia mais recente e, por essa razão, não precisam dos kits de extração usados no Lacen.
O secretário destaca, ainda, que apesar das dificuldades decorrentes da falta do kit, o Espírito Santo tem ampliado a testagem. Mais de 20 mil pacientes já foram examinados, o que coloca o Estado em uma média de 5 mil testes por milhão de habitantes, se aproximando de países que são referências na assistência em saúde, como Cuba, onde o atendimento médio é de seis mil por milhão de pessoas.
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