O presidente da Federação Nacional das Escolas Particulares (Fenep), Ademar Batista Pereira, afirmou que apesar das dificuldades impostas pela pandemia do novo coronavírus, envolvendo não apenas a saúde pública, mas também a educação e outros setores, as escolas particulares do Brasil trabalham para terminar o ano letivo de 2020. Ainda segundo ele, o cancelamento seria um "absurdo".
"Nós, da escola privada, estamos trabalhando para acabar o ano. É um absurdo cancelar o ano letivo. Isso aconteceu na Europa, mas já estavam quase no fim do período. As pessoas têm medo, mas precisam aprender a lidar com isso, que pode durar até o ano que vem. Nada melhor do que trabalhar com a educação, higiene", disse o Ademar Batista Pereira.
As declarações quanto à volta à normalidade da educação no país foram feitas em entrevista ao jornalista Fábio Botacin, durante o CBN Cotidiano, da Rádio CBN Vitória. Dias antes, a federação elaborou um plano de contenção da pandemia dentro das instituições de ensino que, segundo o presidente da Fenep, abrange os setores pedagógicos, jurídicos e da saúde.
O planejamento avalia 17 medidas sanitárias envolvendo novas formas de higiene e uma reorganização das salas de aula. Todas as ações são de combate à Covid-19, que no caso do Espírito Santo, impôs a suspensão de aulas na segunda quinzena de março.
"Apresentamos para a imprensa e agora em algumas cidades, nas federações. A escola não abrindo causa um impacto enorme na vida das famílias. A reabertura de forma controlada pode ser mais saudável para crianças e pais", completou o presidente.
Ainda segundo Ademar Batista Pereira, assim como o governo federal criou a renda básica emergencial, um auxílio aos trabalhadores, algo deveria ser feito para a sobrevivência do setor de ensino particular.
"O coronavírus pegou as pessoas e os salários, mas não pegou os boletos. A escola privada é o único setor que precisa entregar o ano letivo, mesmo que não receba, mesmo se os pais não pagarem. Não há nenhuma ajuda para a escola privada. Como criaram para os informais, deveriam fazer com que as escolas não fechem. Seria uma questão de inteligência do governo", comentou.
Também em entrevista à Rádio CBN Vitória nesta quarta-feira (6), o Secretário de Estado da Educação, Vitor de Angelo, foi mais cauteloso ao analisar uma possível volta às aulas.
Segundo o secretário, transmissões ao vivo estão sendo feitas com alunos, de forma que haja uma "discussão horizontal". Em umas dessas lives, na terça-feira (5), Vitor de Angelo disse que há um esforço da pasta para pensar em algumas questões, como a reorganização do calendário após o pico da pandemia do novo coronavírus.
Entre outras afirmações, o secretário comentou sobre um pedido de flexibilização de datas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) e um possível rodízio de alunos quando as aulas voltarem a ser presenciais.
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