O coronavírus foi a doença que mais matou capixabas no ano passado. Dados preliminares do Sistema de Mortalidade Estadual indicam que as cinco principais causas de óbitos em 2020 foram a Covid-19, infarto agudo miocárdio, diabetes, doença cardíaca hipertensiva e pneumonia por microorganismo.
Em um ano marcado pela pandemia, o Espírito Santo bateu o recorde de óbitos registrados nos últimos seis anos. A marca, que representa o luto de milhares de famílias, consta no Portal da Transparência do Registro Civil. De acordo com o site, de janeiro a dezembro de 2020, o Estado contabilizou 29.006 mortes.
Segundo o Painel Covid-19, ferramenta da Secretaria de Estado da Saúde (Sesa), o primeiro óbito provocado por Covid-19 no Estado foi registrado no dia 16 de março do ano passado. Até o dia 31 de dezembro, foram computadas 5.234 mortes. No entanto, o Sistema de Mortalidade apontava 5.112 até o dia 6 de janeiro. O sistema é atualizado à medida que a causa das mortes são confirmadas.
Quando são analisados conjuntos de doenças, a neoplasia (câncer) causou 3.859 mortes. O infarto foi responsável por 1.593 óbitos. O Acidente Vascular Cerebral (AVC) matou 1.296 pessoas. Já os acidentes de trânsito provocaram 523 mortes, enquanto a Aids matou 188 pessoas e a tuberculose 71. Em 2019, câncer foi a doença que mais tirou a vida da população do ES: 4.759 pessoas.
O coordenador de Ensino e Pesquisa do Hospital Universitário Cassiano Antônio Morais (Hucam), da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), José Geraldo Mill, disse que a Covid-19 alterou completamente o quadro epidemiológico de mortalidade no Brasil.
O médico e professor da Ufes ressalta que durante o enfrentamento à doença, os profissionais de saúde aprenderam a manejar o tratamento dos pacientes diagnosticados com coronavírus. Isso teria reduzido o número de mortes. Mesmo assim, ele afirma que o quadro somente será revertido com a aplicação da vacina.
“Precisamos agilizar essa vacinação porque a doença está crescendo. A mortalidade ou letalidade da Covid no Brasil em geral tem sido menor do que em outros países. No Estado, situa-se em torno de 2%, ou seja, de cada 100 pessoas que adoecem, em média 2 vão a óbito”, explica.
Pós-doutora em epidemiologia e professora da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), Ethel Maciel explicou que no início do século XXI as doenças infecciosas não eram a primeira causa de morte no mundo. No fenômeno chamado de transição epidemiológica, as doenças crônicas ocuparam o lugar.
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