Uma médica capixaba está na linha de frente do combate ao coronavírus nos Estados Unidos. Natural de Vila Velha, Luciléia Teixeira vive na cidade de Cleveland, no Estado de Ohio, e trabalha em um hospital que está tratando pessoas com a doença. Casada com um americano, ela teve toda a sua formação na rede pública do Espírito Santo, desde o início da vida escolar até a faculdade.
Luciléia conta que sempre estudou em escola pública, desde as séries iniciais até a Ufes, onde se formou em Medicina e, depois de uma residência em São Paulo, voltou para fazer o mestrado.
Eu sou produto da escola pública do Estado do Espírito Santo desde o pré-primário. Eu estudava em um grupo escolar em Vila Velha, chamado Joaquim Freitas, da quinta a oitava série, eu fiz no Polivalente, da Glória, e o segundo grau fiz no Godofredo Schneider. Depois, entrei na UFES, fiz residência na Universidade de São Paulo, voltei para Vitória e fiz meu mestrado na UFES de novo, casei com um americano e vim para cá e fiz tudo de novo, contou.
Lá, ela trabalha na Cleveland Clinic, uma rede de hospitais que precisou se preparar para o enfrentamento à Covid-19. Segundo Luciléia, além da expansão das UTIs, uma medida que ajudou a combater à doença na cidade foram as regras rígidas de isolamento tomadas pelos governantes.
Eles previam que precisaríamos de 2.500 leitos de UTI quando alcançássemos o nosso pico aqui. E o nosso hospital só tem 500 leitos de UTI, porque não precisa de mais do que isso. E essa preparação para expandir não é fácil, porque leito de UTI é uma coisa complexa, por conta de profissional e de equipamento que você precisa, foram-se estudando várias estratégias. E aqui em Ohio, o governador, de acordo com os modelos epidemiológicos, começou a quarentena muito cedo, desde o dia 11 de março mais ou menos, não tem escola, a maioria do comércio foi fechado, disse.
Lucileía também contou sobre como é enfrentar uma doença tão nova mas, ao mesmo tempo, impactante.
Essa doença é como se a gente estivesse voando e construindo um avião ao mesmo tempo. Porque quando a gente começou a ouvir e aprender sobre, a gente não sabia como diagnosticava, qual era a forma clínica que apresentava, a percentagem de pacientes que se recuperariam sozinhos, a percentagem de que precisariam de hospitalização em UTI, a taxa de mortalidade dessa doença. Então, com o passar do tempo da epidemia, que a gente foi aprendendo, as coisas foram sendo desenvolvidas, explicou.
De acordo com os dados atualizados nesta quarta-feira (27), os Estados Unidos registraram o maior número de casos do novo coronavírus no mundo. São 1.716.612 confirmações da doença, com 100.161 mortes.
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