Para bom capixaba, dia de sol combina com praia. E em época de pandemia, tem sido difícil para muitas pessoas resistirem ao banho de mar ou à caminhada na areia. Mesmo com o risco de contaminação pelo novo coronavírus, o feriado foi de praias lotadas na Grande Vitória e também no interior. Mas afinal, dá para ir à praia com segurança?
O médico infectologista Lauro Ferreira Pinto afirma que sim, mas isso não significa que é permitido desrespeitar as regras de segurança. Como em qualquer outro lugar, na praia a regra número um do momento é evitar aglomeração.
"Dá para ir à praia. Entendo que os capixabas estão loucos para ir à praia, porque estamos há muito tempo confinados. Mas é preciso ter bom-senso. A transmissão no meio externo é mais difícil do que no ambiente interno, mas ela ocorre. É a mesma regra: evitar aglomeração. Dá para ir à praia. O litoral é muito longo. Procure um horário que não tenha muita gente, mantenha um 1,5 metro de distância das outras pessoas. Essa é a recomendação", afirmou em entrevista à TV Gazeta.
O médico também ressaltou que o capixaba extrapolou os limites no último feriado quando as praias ficaram lotadas e disse que o efeito desse comportamento só poderá ser visto nas próximas duas semanas.
"A pandemia melhorou, diminuiu a pressão sobre o número de leitos, mas o vírus está aí. Nós vamos saber o que nós fizemos no último final de semana daqui a 15 dias. Seguramente vai haver mais contágio e mortes. Essa doença é muito imprevisível, mesmo pessoas jovens podem ter casos graves", alertou.
Se você é daqueles que gosta de fazer atividade física na praia, as regras seguem as mesmas. O médico lembrou que a atividade física é importante e pode ser feita no calçadão ou na areia, desde que se respeite o distanciamento entre as pessoas.
"Atividade física as pessoas têm que fazer. Se quiser correr, é melhor correr sem máscara. Mas é preciso que se afaste das outras pessoas. Como a pessoa passa muito rapidamente, o risco de transmissão é muito pequeno, a não ser que a pessoa vá tossir ou espirrar em cima do outro. Lembre-se da etiqueta: se for tossir ou espirrar, use o cotovelo", orientou.
Por fim, o infectologista lembrou que a contaminação tem sido intensa em todo o país, e que mesmo que não ocorra uma segunda onda de casos como aconteceu na Europa , períodos com aumento de casos podem ocorrer.
"A contaminação tem sido tão intensa no Brasil, que não me parece que vai haver uma segunda onda enorme, mas pode haver soluços. Então seguramente podemos ter mais contaminações e mais mortes que poderiam ser evitadas. É muito importante evitar aglomeração. Quer ir à praia, vá à praia. Quer fazer uma caminhada, faça. Mas não aglomere, mantenha distância", concluiu.
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