Boa parte dos contaminados pelo novo coronavírus no Espírito Santo podem ter sido infectados enquanto utilizavam o transporte público já que 29,1% dos capixabas que testaram positivo passaram mais de 30 minutos dentro dos ônibus, onde quase nunca é possível respeitar a distância mínima de um metro, recomendada pela Organização Mundial da Saúde (OMS).
A quarta fase do inquérito sorológico entrevistou 1.147 indivíduos que utilizaram o serviço por mais de meia hora. Quantidade que correspondeu a 23,5% dos entrevistados, mas cuja representatividade saltou quase seis pontos percentuais se comparado com o número total de pessoas que testaram positivo.
Essa maior exposição também foi registrada entre aquelas pessoas que utilizaram o serviço pelo menos quatro vezes por semana. Diante da amostra total da pesquisa, elas representavam 16%. No entanto, dentro do número de casos positivos, elas passaram a equivaler a 21,9%.
A quarta fase do inquérito sorológico também permite afirmar que as mulheres e os negros são a maioria dos infectados. O gênero feminino representou 66,3% dos casos positivos; enquanto pretos e pardos representaram 65,9%. Ambos os valores maiores do que as respectivas porcentagens no total de entrevistados, de 62,4% e 59,6%.
No quesito socioeconômico, o estudo mostrou que a incidência da Covid-19 é maior nas casas em que se vivem quatro ou mais pessoas. Esse perfil domiciliar correspondeu a 44,4% dos casos positivos. Também são mais afetados os moradores das casas em que o ensino médio é o maior grau de escolaridade, representando 49,5% dos positivados.
Já a faixa etária mais infectada parece ter uma correspondência com a população economicamente ativa. Exatos 69,4% dos casos positivos afetaram indivíduos com idade entre 21 e 60 anos. Sendo 35,2% entre aqueles com até 40 anos; e 36,9% entre os que têm mais de 41 anos.
Em números totais, o inquérito sorológico realizado pelo governo estadual estimou que mais de 386 mil capixabas já tiveram contato com o novo coronavírus. Na Grande Vitória, a projeção é de aproximadamente 227 mil infectados; enquanto outros 88 mil estariam espalhados pelo interior do Estado.
Questionada, a Secretaria Estadual de Saúde (Sesa) explicou que a soma dos números de contaminados nas duas áreas não dá o total do Estado porque foram feitos cálculos separados, com base na estimativa de prevalência, que mede a proporção da população que já teve contato com a doença, considerando a quantidade de novos casos de Covid-19 reais e o risco de contágio.
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