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Coronavírus no ES: 467 pessoas foram infectadas em asilos , diz MPES

Coronavírus no ES: 467 pessoas foram infectadas em asilos , diz MPES

Último levantamento aponta 252 idosos e 215 trabalhadores contaminados, bem como revela aumento de 22% nos casos confirmados em apenas uma semana

Publicado em 9 de julho de 2020 às 17:31

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Não deixe o vírus do preconceito te contaminar: ajude os idosos
Idosos integram o grupo de risco e mais de 250 residentes dos asilos já foram contaminados pelo novo coronavírus. (Divulgação)
Coronavírus no ES: 467 pessoas foram infectadas em asilos, diz MPES

O Ministério Público do Espírito Santo (MPES) revelou que 467 pessoas que trabalham ou vivem em instituições de longa permanência no Estado já foram infectadas pelo novo coronavírus. São 215 funcionários e 252 idosos – um aumento de 22% se comparado com o levantamento anterior.

Divulgados semanalmente, os boletins acompanham o avanço da doença em asilos de 36 municípios capixabas. O mais recente considerou os casos confirmados até a última sexta-feira (3); enquanto o anterior, os registrados até o dia 26 de junho. Naquela data, a quantidade de infectados ainda era de 383.

43 mortes
foram registradas em idosos residentes em instituições de longa permanência no Estado, desde o início da pandemia

Atualmente, Vila Velha é a cidade com mais pessoas contaminadas nesses locais: são 133, das quais 63 são idosos e 70, trabalhadores. Depois, aparecem Vitória com 89 casos (54 em idosos) e Serra com outros 63 infectados (33 idosos). Essas três cidades são as únicas do Estado com mais de 50 diagnósticos entre essa população.

No entanto, quando considerado o avanço da doença nessas instituições, destacam-se os municípios de Colatina e Guarapari, onde o número de casos mais que dobrou em apenas uma semana. Em Colatina, a quantidade de infectados subiu de 12 para 33 e em Guarapari, passou de 14 para 29.

Além dessas cidades já citadas, houve crescimento da Covid-19 em Afonso CláudioAracruzBom Jesus do NorteLinharesMarechal FlorianoPiúma e São Mateus. E pela primeira vez, a doença chegou a asilos de Castelo e São José do Calçado, cada qual com um caso confirmado.

DE MAIO A JULHO: AUMENTO DE 530% NOS ASILOS

“Constatação preocupante”. É dessa forma que o MPES resumiu o avanço da Covid-19 nas instituições de longa permanência do Espírito Santo. Entre 22 de maio e 3 de julho, o número de casos entre idosos nesses locais saltou de 40 para 252. Ou seja, um aumento de 530%.

Esse índice é bastante superior ao crescimento do número de casos totais do Estado que, durante o mesmo período, cresceu 382%. A fim de enfatizar a gravidade dessa situação, o órgão lembrou que “as pessoas com 60 anos ou mais são as mais suscetíveis às formas graves da doença, com potencialidade de evoluir a óbito”.

MPES COBRA AÇÃO DOS MUNICÍPIOS

Para evitar a disseminação da doença entre os idosos e funcionários dos asilos capixabas, o MPES garantiu que “tem feito esforços” para que as instituições sejam abastecidas com equipamentos de proteção individual (EPIs) e que os trabalhadores passem por capacitações para enfrentar a pandemia.

Concomitantemente, o órgão também afirmou que requisita a adoção de providências por parte dos municípios para evitar, inclusive, que novos idosos sejam integrados nas instituições de longa permanência, “uma vez que um novo acolhimento pode representar risco para os residentes”.

O QUE DIZEM OS MUNICÍPIOS

Procurada, a Secretaria de Saúde de Colatina afirmou que enfrenta problemas com o abastecimento de equipamentos de proteção individual (EPIs) desde maio, mas que tem conseguido manter as duas instituições municipais com o material. Na tentativa de conter o avanço da doença, a pasta informou que voltou a realizar a capacitação dos profissionais.

Já a Secretaria de Saúde de Vila Velha disse que nenhuma das 24 instituições é pública e que o fornecimento de EPIs compete ao empregador. No entanto, garantiu que equipes da vigilância epidemiológica e sanitária monitoram e fiscalizam diariamente esses locais, “notificando as ocorrências e oferecendo suporte de orientação técnica”.

Por sua vez, a Prefeitura de Guarapari informou que foi instaurada uma investigação sobre o surto e realizadas ações de epidemiologia dentro do asilo, bem como afirmou que a disponibilidade de equipamentos de proteção é adequada e que realiza o monitoramento dos casos sintomáticos respiratórios.

Também questionada por A Gazeta, a Secretaria de Saúde de Vitória revelou que o número de casos confirmados nos asilos do município é ainda maior: são 61 idosos e 47 trabalhadores. Entre os residentes, 48 estão curados, três seguem internados e dez morreram.

A pasta também garantiu que realiza diariamente o monitoramento epidemiológico sobre a saúde dos idosos nas nove instituições de longa permanência do município e que um plano de ações específicas de combate à pandemia vem sendo executado desde o mês de março.

Por fim, a Prefeitura de Serra também informou que todas as instituições de longa permanência estão sendo monitoradas pelas equipes de saúde do município e que kits de higiene e EPIs estão sendo entregues. “Os casos (suspeitos ou confirmados) de Covid-19 estão sendo isolados e acompanhados”, afirmou em nota.

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