Equipamento imprescindível no tratamento dos casos graves do novo coronavírus (Covid-19), o respirador é hoje artigo disputado em todo o mundo. No Espírito Santo, o Hospital Dr. Jayme Santos Neves, na Serra, precisou recorrer à Justiça para impedir que o governo federal ficasse com os 59 equipamentos que haviam sido solicitados pelo Estado. Mesmo com decisão favorável, a fornecedora não entregou os 30 aparelhos da primeira remessa que estava prevista para esta quarta-feira (22).
A Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) trata o problema com preocupação, uma vez que a falta de respiradores compromete a expansão da oferta de leitos de UTI. O hospital, que é referência para os casos de Covid-19 na Grande Vitória, possui atualmente 130 leitos de terapia intensiva com o equipamento, e a chegada dos novos aumentaria em 45% a capacidade de atendimento.
Além de não ter recebido os respiradores que já estavam programados para o Dr. Jayme Santos Neves, a negociação para a compra de outros 200 equipamentos esbarra na dificuldade de conseguir fornecedores com produtos para entrega em curto prazo.
O subsecretário de Atenção à Saúde, Fabiano Ribeiro, explica que as empresas com as quais a Sesa manteve contato têm prazo de entrega muito longo, que não valeria o alto custo do investimento agora. Segundo ele, a aquisição somente será concluída se algum fornecedor puder disponibilizar os respiradores até, no máximo, o início de junho. Caso as entregas sejam possíveis apenas para uma data muito posterior, a Sesa deverá aguardar para realizar a compra mais adiante, na expectativa de redução de preços.
A Magnamed Tecnologia Médica é a responsável pelos equipamentos que não foram entregues. Questionado sobre como a empresa se manifestou por não ter cumprido o prazo combinado para fornecimento dos respiradores, Fabiano Ribeiro disse que os detalhes sobre o assunto estavam sendo conduzidos pela área jurídica do Dr. Jayme Santos Neves.
A assessoria do hospital, por sua vez, informou que, embora houvesse um acordo para entrega de 30 respiradores nesta quarta, o prazo final estabelecido na liminar da Justiça é o dia 30 de abril, portanto, a quinta-feira da próxima semana. Caso esta data também não seja respeitada, o departamento jurídico vai avaliar as medidas a serem adotadas. A princípio, ainda segundo a assessoria, a empresa se comprometeu a respeitar o prazo.
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