A pandemia do novo coronavírus alterou o formato de execução de quase todas as profissões. Uma delas tem enfrentando grandes desafios e, muitas vezes, sem o devido reconhecimento: os professores, que antes planejavam aula e conviviam com alunos, agora precisam se preocupar com a conexão de internet e com a própria saúde mental e emocional.
A psicóloga e comentarista da Rádio CBN Vitória, Adriana Müller, lembrou que a situação pode ser ainda mais prejudicial que a vivida antes da pandemia, já que havia uma "rotina estabelecida".
"Tenho conversado com alguns professores, que me relatam uma rotina bem complicada. Antes, tipicamente, preparavam aula, entravam na sala, tinha uma dinâmica, que era puxada, mas havia uma rotina estabelecida. Hoje não tem mais essa rotina e não há interação com os alunos", comentou.
Devido à pandemia do novo coronavírus, as aulas presenciais precisaram ser suspensas em março, cumprindo as orientações de distanciamento social.
Neste novo modelo, antes experimentado por alunos que faziam, por exemplo, um curso superior à distância, o aprendizado necessita de conexão com a internet e boa vontade dos que participam. Ao jornalista Fábio Botacin nesta quinta-feira (18), Müller apontou as mudanças.
"A aula, por não ser mais presencial, teve que ser adaptada. Isso também implica em uma mudança dentro de casa. Os professores precisaram improvisar um estúdio. Não é em qualquer lugar que se grava uma aula com um bom áudio, com luminosidade. Ficam dependentes da internet, do sinal, algo muito fora do que fazia parte da rotina", completou Adriana Müller.
A psicóloga ainda ressaltou que, havendo desigualdades no ensino, "nem todos têm acesso ao computador, muitos têm problema com a internet".
Por outro lado, os que possuem condições plenas de aprendizado, em alguns momentos não colaboram. "Muitos não ligam o vídeo e o professor fica falando para uma tela cheia de quadradinhos", disse.
Assim, diante das incertezas que ocasiona sentimentos ruins aos profissionais da educação, a psicóloga pede que pais e alunos tenham um "olhar de solidariedade".
"A gente precisa ter um olhar de solidariedade. Cada um de nós precisa fazer esse movimento de reconhecer. Fará um bem muito grande. São heróis e merecem nosso reconhecimento", finalizou.
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