Um estudo realizado por pesquisadores de universidades e entidade de saúde dos Estados Unidos concluiu que o coronavírus (Covid-19) pode sobreviver até três dias em superfícies como chaves e cartões bancários, por exemplo. Mas de acordo com especialistas, o fato do vírus estar presente em uma superfície não significa que o material será infectante. A infecção depende do tamanho da secreção exposta no objeto e na falta de higiene antes de colocar as mãos na boca, nariz e olhos.
De acordo com a pesquisa, o vírus pode permanecer nas mãos de uma pessoa por cerca de 1 hora, caso não haja higiene nesse período. Em superfícies de cobre, como moedas, o coronavírus pode ser detectado por até 4 horas. Em papéis e papelão, o tempo de sobrevivência pode chegar à 24 horas. Já em materiais de plástico ou inox, como chaves e cartões, o vírus pode sobreviver até por 3 dias se a área não for higienizada corretamente.
Conforme especialistas, a presença do vírus em uma determinada superfície não faz o material ser responsável pela transmissão da doença. Um dos motivos é que o vírus não consegue existir fora da célula e precisa de algo vivo para sobreviver. O infectologista Lauro Ferreira Pinto afirma que o álcool 70%, as soluções com cloro e a higienização com água e sabão são as mais eficazes contra o novo coronavírus.
"Quanto mais a sujeira fica sem matéria orgânica, mais difícil do vírus sobreviver. De maneira geral, quanto mais horas fora do ser humano, mais vai caindo o potencial de infecção, com rapidez. Já quando há matéria orgânica, ele não degenera. Agora, a pessoa pode ser infectada se após tocar no objeto contaminado, colocar as mãos na boca, nariz e olhos. Por isso é sempre importante lavar as mãos com água e sabão e fazer o mesmo com os alimentos e embalagens de supermercados. Já os alimentos que compramos cozidos, não há como lavar e a gente supõe que ninguém tossiu em cima, então o ideal é passar álcool 70% nas embalagens", orientou.
Ele completou que mais importante que as superfícies, é o cuidado com as pessoas. O médico chamou atenção para a importância do isolamento social. "O que temos que chamar atenção é que não adianta ter cuidado de limpar as coisas e esquecer das pessoas, sem respeitar o distanciamento. Quando o vírus está na pessoa, ela pode transmitir até três dias antes de ficar doente", contou.
Já o infectologista Paulo Peçanha, lembrou que quando uma pessoa infectada tosse ou espirra, o vírus é capaz de ficar suspenso no ar por até três horas. Sobre o risco de contaminação, seja pelo ar ou através de superfícies, o médico explicou que varia de acordo com a quantidade de secreção em que a pessoa é exposta.
"O vírus, para permanecer na superfície, precisa de uma gota maior de secreção quando a pessoa espirra, tosse ou fala. Se forem gotículas maiores, o vírus pode permanecer numa superfície por mais tempo - se não houver desinfecção da região. Se for em quantidade pequena, as gotículas secam logo e fica enviável a viabilidade dele", relatou.
Quando se fala em risco de contaminação ao tocar no objeto com secreção, o infectologista explicou que também depende de alguns fatores. "Não é simplesmente encostar no objeto e já estar infectado, o vírus não entra na pele. O problema é que a gente sempre coloca as mãos na boca, nariz e olhos, sem perceber, causando a contaminação. Por isso a importância da higiene e distanciamento social", contou.
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