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Corregedoria condena PM que deu tapa na cara de frentista em Vila Velha

Corregedoria condena PM que deu tapa na cara de frentista em Vila Velha

Flagrado por câmeras agredindo frentista em posto em janeiro de 2020, Clemilson Silva de Freitas também já havia sido condenado pela Justiça no início do mês passado

Publicado em 3 de agosto de 2021 às 15:30

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Policial deu tapa na cara do frentista e apontou a arma para ele — Foto: Reprodução/ TV Gazeta
Policial deu tapa na cara do frentista e apontou a arma para ele em janeiro de 2020. (Reprodução | TV Gazeta)

Após mais de um ano e meio, o sargento Clemilson Silva de Freitas — que deu um tapa no rosto e apontou a arma para um frentista em Vila Velha — foi considerado culpado por tal comportamento pela Corregedoria da Polícia Militar do Espírito Santo e condenado a receber uma sanção disciplinar interna.

A princípio, ele foi responsabilizado pelas acusações e receberia uma suspensão, prevista no caso de transgressões graves. No entanto, devido ao bom histórico e de atenuantes, a punição foi reclassificada para uma repreensão, que consiste em uma "censura enérgica publicada em boletim interno".

Em nota, a Polícia Militar informou que o Processo Administrativo Disciplinar (PAD) contra o sargento foi concluído e homologado na semana passada e ressaltou que "toda sanção disciplinar aplicada a militares poderá acarretar consequências futuras na respectiva carreira de policial militar".

A reportagem de A Gazeta pediu detalhes sobre o processo e a punição dada ao sargento. Assim que houver novo retorno da Polícia Militar, a reportagem será atualizada.

TAMBÉM CONDENADO NA JUSTIÇA

No início do mês passado, o sargento Clemilson Silva de Freitas foi condenado à prisão pelos crimes de lesão corporal leve (Artigo 209), injúria real (Artigo 217) e ameaça (Artigo 223), todos do Código Penal Militar. Ao todo, a Justiça determinou que ele cumprisse um ano e cinco meses de reclusão, inicialmente, em regime aberto.

Apesar da sentença, o juiz Getulio Marcos Pereira Neves concedeu um "benefício de suspensão". Na prática, o policial não precisará ir para um presídio se cumprir as três medidas previstas, que incluem, por exemplo, a proibição de frequentar bares. Desta forma, o militar continua trabalhando normalmente.

RELEMBRE O CASO

Em 23 de janeiro de 2020, o frentista Joelcio Rodrigues dos Santos chegou para trabalhar em um posto de combustível localizado da Praia de Itaparica e foi surpreendido pela presença do policial — que o esperava e teria voltado ao estabelecimento para tirar satisfações devido a um atendimento "ruim" prestado na noite anterior.

Segundo a vítima, os xingamentos e as ameaças começaram depois do pedido para que o sargento descesse da moto para que o abastecimento fosse feito. Ato que é de praxe do local, por motivos de segurança. “No outro dia, assim que bati o ponto, ele veio atrás, perguntou se eu lembrava dele e começou a me bater”, contou na época.

Na mesma semana, o sargento recebeu a primeira de cinco licenças médicas consecutivas. Ao todo, foi quase um ano de afastamento do trabalho, período em que recebeu o salário de R$ 6.400 normalmente, conforme previsto em lei. As informações estão disponíveis no Portal da Transparência do governo do Estado.

Do outro lado da história, o frentista Joelcio Rodrigues da Silva — que é a vítima — precisou mudar de emprego e de casa por medo, em busca de mais segurança. Devido à transferência de posto de trabalho, ele também passou a receber um salário menor. Ele é casado e mora com a mulher e duas filhas pequenas.

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