Acostumadas a encantar o público com garra, luxo e beleza, em apresentações que marcaram o Sambão do Povo, as escolas de samba do carnaval capixaba também estão dando uma aula de cidadania, quando o assunto é a prevenção ao Covid-19.
Em parceria com a Prefeitura de Vitória, as agremiações e suas costureiras estão participando da confecção de máscaras caseiras que serão doadas para os moradores da Capital. O utensílio servirá para auxiliar a população na proteção contra o novo coronavírus, que, até a tarde de sábado (26) já havia infectado 1.711 pessoas no Espírito Santo.
Cerca de 370 mil máscaras começam a ser doadas nesta segunda-feira (27). Elas serão distribuídas, de forma gratuita, nos Pronto-Atendimentos (PAs) da Capital e também nas barreiras sanitárias (a primeira será na Rodoviária de Vitória). Em uma segunda ação, pontos de grande aglomeração, como feiras livres e supermercados, também devem receber as máscaras.
A iniciativa também é encampada pela Companhia de Desenvolvimento, Turismo e Inovação de Vitória (CDTIV), pela Liga Independente das Escolas de Samba do Grupo Especial (Liesge) e pela Liga Espírito-Santense das Escolas de Samba (Lieses).
"Vamos fazer a doação de 370 mil máscaras, que é exatamente a população de Vitória. São máscaras reutilizáveis, feitas por costureiras das nossas comunidades, das escolas de samba. Enquanto estamos gerando trabalho e emprego, estamos protegendo as pessoas", disse o prefeito Luciano Rezende em comunicado no site da PMV, acrescentando que defendia o uso de máscaras desde o final de março.
Leonardo Krohling, do Comitê de Acompanhamento e de Recuperação Econômica para Situação de Emergência de Saúde Pública - Covid-19, disse que a iniciativa vai ajudar a gerar renda para dezenas de famílias, visando reduzir o impacto da pandemia neste segmento da economia da cidade.
"Nesta primeira semana, vamos entregar aos pacientes sintomáticos respiratórios dos PA's, das unidades de saúde e na barreira sanitária da rodoviária. E gradativamente vai abranger outros serviços da prefeitura, como abordagem de rua, ou seja, aos poucos vamos chegando a toda a população", disse Krohling.
O diretor-presidente da CDTIV, Renzo Nagem, explica que as máscaras estão sendo produzidas por cerca de 100 costureiras que atuam na confecção de fantasias das escolas de samba de Vitória. Por conta do isolamento social, as costureiras estão trabalhando em suas casas.
"Estamos fazendo uma força-tarefa para que o maior número de pessoas seja contemplado, especialmente aquelas que vivem em situação de vulnerabilidade social e têm mais dificuldade de acesso às máscaras. Estamos providenciando todo o material para a produção das máscaras, que serão confeccionadas nos ateliês das costureiras das escolas de samba da Capital. É uma iniciativa que vai ajudar muito nessa batalha ao coronavírus e gerar renda para dezenas de famílias, disse Nagem.
Presidente da Liga Independente das Escolas de Samba do Grupo Especial (Liesge), que também apoia a iniciativa, Edvaldo Teixeira destaca o fator social do trabalho. Essa parceria veio num momento importante. Neste período de pandemia, muitas costureiras ficaram sem trabalhar e dependem de doações para alimentar suas famílias. Além de garantir uma renda para quase 100 famílias, elas vão atuar numa frente muito louvável, que é a confecção de máscaras para proteger a população contra esse inimigo invisível, afirma.
O presidente da Lieses, Edson Neto, também aprovou a parceria. Neste momento de crise gerada pela Covid-19, voltamos a pensar nas comunidades e na sociedade em geral. Colocamos nossos ateliês e costureiras à disposição para amenizar os impactos causados pela pandemia. Essa parceria com as escolas vai favorecer ainda mais esse trabalho, dando estrutura e oportunidade para mostrar que as agremiações estão do lado da sociedade, complementa.
(Com informações da Prefeitura Municipal de Vitória)
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