Aproximadamente 40 mil crianças estão com a vacinação da Covid-19 atrasada no Espírito Santo. Em outras palavras, isso significa que quase 25% – do total de 162 mil que iniciaram a imunização – não voltaram para tomar a segunda dose na data prevista, o que garantiria a efetiva proteção contra o coronavírus.
À frente da Secretaria de Estado da Saúde (Sesa), o secretário Nésio Fernandes revelou o dado em uma coletiva realizada nesta quarta-feira (16), durante a qual admitiu que vacinar o público pediátrico, entre 5 e 11 anos de idade, tem sido a grande dificuldade enfrentada atualmente pelo Estado.
Para tentar reverter esse cenário, a Sesa recomendou, ainda em fevereiro, que os municípios usassem as próprias escolas para imunizar as crianças. Depois, a pasta organizou dois dias de mutirão para essa faixa etária, nos quais foram aplicadas 13 mil doses, totalizando 32 mil na semana.
"Nós orientamos que a vacinação seja por livre demanda (sem agendamento), sempre que possível. Também é preciso reforçar que a oferta está ociosa e que o esquema vacinal das crianças é com duas doses", disse o secretário. O prazo para a segunda dose varia de acordo com o imunizante. Veja:
Vale lembrar que, no caso do segundo imunizante, se a criança tiver 11 anos de idade e fizer o 12º aniversário durante o intervalo entre as doses, a imunização deve seguir com a vacina pediátrica da Pfizer. Já o primeiro, elaborado pelo Instituto Butantan, é o mesmo utilizado nos adultos.
"Nós não temos registro de efeitos adversos graves ou mortes em crianças por causa das vacinas, mas temos pelo coronavírus. É necessário que todos os pais e responsáveis coloquem a mão na consciência e saibam da importância de vacinar os seus filhos", afirmou Nésio Fernandes.
Devido à baixa procura por vacinação, o secretário também revelou que o Estado tem perdido doses dos imunizantes, que vencem antes de serem aplicadas e acabam sendo descartadas. A chamada "perda técnica", segundo ele, alcançou "patamares nunca vistos antes" no Espírito Santo.
"Quando abrimos um frasco da Coronavac, precisamos aplicar todas as doses em 8 horas. No caso da Pfizer, em até 12 horas. Como poucas crianças estão sendo levadas, alguns pontos que não tinham perda técnica já passaram a relatar uma perda de até 10% (uma dose a cada dez)", comentou Nésio.
Inicialmente, a meta da Secretaria de Estado da Saúde era vacinar 90% das crianças até meados de março, colaborando para um retorno mais seguro às aulas. No entanto, até esta quarta-feira (16), apenas 41% delas receberam a primeira dose – e só 7% já tomaram a segunda.
Porém, o secretário garantiu que o atraso se deve, somente, à baixa adesão. "Nós vamos alcançar a meta neste primeiro semestre, possivelmente até maio, mas queríamos antecipá-la porque, nesta semana, foram oferecidas vacinas suficientes para todas as crianças", disse Nésio Fernandes.
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