José não conheceu a mãe. O menino nasceu há pouco mais de um mês, em um parto prematuro. Depois da cesárea, Taíssa precisou ser intubada, foi levada para a UTI e faleceu menos de 30 dias depois. José, assim como outros 14 bebês no Espírito Santo, ficou órfão por causa da Covid-19.
Pelo menos 15 grávidas já morreram de Covid-19 desde o início da pandemia no Hospital Jayme Santos Neves, na Serra, referência para tratamento da doença no Espírito Santo. Seis delas - incluindo Taíssa - morreram nos últimos três meses. As informações são do G1 Espírito Santo. Os números também mostram que tratam-se de mulheres jovens, com média de idade de 28 anos, e que ao contrário dos filhos não resistiram à doença. Dos 15 bebês órfãos, sete tiveram Covid-19 depois do parto e todos evoluíram bem.
De acordo com coordenadora da obstetrícia do Hospital Jayme Santos Neves, Rosângela Maldonado, o parto prematuro, nesses casos, é uma forma de salvar os bebês e dar continuidade ao tratamento das mães.
"Quando você precisa intubar uma gestante para melhorar a função ventilatória, há de se convir que a barriga grande, o útero, dificulta a expansibilidade do pulmão. Então, se impõe a necessidade de tirar o bebê, mesmo que prematuro, para dar chance dessa gestante fazer um tratamento mais adequado possível", explicou a médica em entrevista ao G1 ES.
Para a obstetra, as gestantes têm evoluído com cada vez mais para estados mais graves da Covid-19. "Nos parece que as gestantes estão cada vez mais graves. As novas variantes são mais violentas e têm atacado, sobretudo, pessoas mais jovens. As gestantes estão nesse grupo de risco, com uma idade menor", afirmou Rosângela Maldonado na entrevista.
Sem a mãe, José agora tem ao lado o pai e o irmão Heitor, de 3 anos. Diante de uma pandemia que parece longe do fim, a perda deixa um rastro de tristeza. "Meu filho não é o primeiro, nem vai ser o último a perder a mãe", conclui o pai de José, o policial Victor Gatto.
Com informações de Naiara Arpini, do G1 ES
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