Após a chegada da nova subvariante da Ômicron, a BQ.1, a última semana teve quatro vezes mais casos de Covid-19 do que a anterior no Espírito Santo. O salto foi de 333 para 1.469 diagnósticos da doença. Os números indicam que está em andamento uma nova onda da pandemia do novo coronavírus, explicou o subsecretário de Vigilância em Saúde, Luiz Carlos Reblin, em entrevista a A Gazeta neste domingo (13).
Segundo Reblin, a Secretaria de Estado de Saúde (Sesa) já projetava um possível aumento de casos devido às aglomerações que ocorreram durante o período eleitoral. O subsecretário aponta que esse fator, aliado à nova subvariante, explicam os dados mais recentes. Além disso, ressalta que a curva acentuada nesta semana pode ser sinal de que as próximas continuem tendo aumento.
“Antes havia um entendimento de que poderia ser um reflexo das aglomerações do período das eleições. A associação dessa subvariante com as aglomerações demonstrou que nós tivemos aumento de casos nas últimas semanas, e o aumento dessa última semana foi maior que as anteriores. Isso indica que temos em andamento uma nova onda da doença. A gente acredita que a tendência é de crescimento”, disse Reblin.
Os dados a serem coletados nesta semana serão importantes para a análise da evolução da doença e o que virá a seguir para verificar se haverá uma estabilização ou mais uma curva ascendente, salientou o subsecretário.
Reblin lembrou que o Espírito Santo passou por outras ondas durante a pandemia, que já dura quase três anos. Em janeiro deste ano, em um único dia, foram registrados 22.660 casos, no pico máximo do vírus. Em julho, em um dia houve 6.613 confirmações.
No momento atual, a média é de cerca de 300 casos por dia. Ainda não houve repercussão desse aumento em número de óbitos, segundo o subsecretário. Há 16 dias o Espírito Santo não tem mortes pela doença. Em 73 dos 78 municípios do Estado, não são contabilizados óbitos há pelo menos dois meses.
Apesar de ainda ser um período para analisar o comportamento da BQ.1 no Espírito Santo e no Brasil, já é possível avaliar as informações sobre a subvariante em países onde circula há mais tempo.
“Ainda não temos um tempo grande de exposição a essa variante, mas nos países onde ela mais circulou, com acúmulo maior de informações, tudo indica que tenha um risco individual menor. O problema é o coletivo, porque causa muitos adoecimentos. E aí o risco é alto, principalmente para pessoas com comorbidades e idosos, o que, infelizmente, pode provocar um aumento de óbitos”, disse Reblin.
Em 2022, o fim de ano será marcado, além das tradicionais festas e reuniões de família no Natal e no Réveillon, pela Copa do Mundo, que também gera aglomerações. Esses eventos causam preocupação em relação a um cenário de aumento de casos de Covid-19. Reblin comenta que a solução é "a vacina no braço".
“Muito provavelmente vamos passar por dezembro convivendo com aumento de casos. Nós vamos ter a Copa do Mundo, que traz aglomerações. Depois, vêm as festas de fim de ano. Diante disso tudo, a melhor solução é tomar a vacina. Mesmo que a subvariante tenha um escape, quem está vacinado tem uma tendência muito maior de evoluir de forma mais leve e mais rápida”, relatou.
Reblin destaca que o uso da máscara sempre foi indicado e é extremamente recomendável para pessoas com comorbidades e mais velhas. Além disso, o teste é muito importante, para que seja feito o isolamento e reduza a transmissão.
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