Quando o Espírito Santo ainda registrava os seus primeiros casos do novo coronavírus, as cidades do Estado anunciaram uma série de medidas para conter o avanço da doença. Entre essas ações, uma de Marilândia, no Noroeste do ES, chamou a atenção. A prefeitura retirou os bancos de concreto da principal avenida no município. Segundo o Executivo, a decisão foi para evitar que os idosos saíssem de casa, já que muitos deles passavam horas aglomerados nos bancos daquela região. Quase nove meses depois, será que os bancos seguem fora do local de origem? E como a cidade está no enfrentamento à Covid-19?
A alternativa de retirar os bancos foi adotada no dia 23 de março. Na época, Marilândia ainda não tinha casos positivos do novo coronavírus. Na data da publicação, a ação da prefeitura viralizou nas redes sociais. A matéria publicada por A Gazeta foi compartilhada milhares de vezes. Até o humorista Whindersson Nunes, com milhões de seguidores, compartilhou a notícia e brincou sobre a situação na cidade capixaba.
De acordo com a Prefeitura de Marilândia, quase nove meses depois da retirada dos bancos da principal avenida do município, eles continuam fora do local em função da pandemia. O Executivo avalia que a medida surtiu efeitos positivos no controle da Covid -19 na cidade. Com os bancos, muitas pessoas ficavam sentadas batendo papo, disse a prefeitura, por meio de nota.
Ainda de acordo com a administração municipal, a população entendeu a medida e a prefeitura não recebeu reclamações nem questionamentos sobre a retirada dos bancos. O Executivo destacou ainda que não tem uma data para que os bancos sejam colocados novamente no local de origem.
Atualmente, de acordo com dados do Painel Covid-19, a cidade de 13 mil habitantes, no Noroeste do Espírito Santo, soma 913 casos positivos do novo coronavírus. Desses, 798 pacientes são considerados recuperados da doença. Em Marilândia, 9 pessoas morreram. A taxa de letalidade na cidade é de 1%.
A cidade é uma das seis que estão classificadas em risco alto, ou seja, na cor vermelha de contaminação para a Covid-19. Marilândia regrediu no Mapa de Risco na atualização mais recente, com validade entre a última segunda-feira (14) até o próximo domingo (20).
A classificação de Marilândia se justifica pela alta nos números da doença no mês de dezembro. Desde o início da pandemia, o mês de dezembro, que ainda não acabou, é o que mais registrou pacientes com Covid-19 em Marilândia. Em 17 dias, são 235 pacientes contaminados pela doença. Antes, o mês de julho era o que tinha mais registros, com 172 casos em 31 dias.
Em relação ao número de óbitos, o mês atual também lidera entre os registros. Três pacientes morreram por Covid-19 em 17 dias. Em todo o mês de julho, também foram três mortes por coronavírus.
Questionado sobre a situação de Marilândia, o secretário municipal de Saúde de Marilândia, Beto Partelli, afirmou que as eleições podem ter contribuído para o aumento de casos na cidade. "Desde março, o município foi um dos primeiros que tomou todas as atitudes para conter a contaminação da doença. Acredito que as eleições tenham contribuído para o aumento de casos. Não foi uma exclusividade de Marilândia, foi uma questão do país. Além disso, acho que as pessoas cansaram dos cuidados", afirmou para a TV Gazeta Noroeste.
O secretário ainda destacou que a cidade segue tomando as medidas para minimizar os efeitos da pandemia e pediu que a população colabore para evitar que a doença continue fazendo vítimas no município. Marilândia continua tomando as providências. E queria pedir que as pessoas tenham mais empatia. Sigam os cuidados e mantenham a higiene pessoal, finalizou.
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