Uma idosa de 72 anos, vítima da Covid-19, foi enterrada no cemitério municipal do bairro Coronel Borges, em Cachoeiro de Itapemirim, no Sul do Espírito Santo, durante a noite desta quarta-feira (26). Segundo a família, além do sepultamento ter sido feito fora do horário de funcionamento do cemitério e do recomentado pelas autoridades de saúde, os dois coveiros não usaram equipamento de proteção individual.
A idosa morreu na madrugada desta quarta-feira (26). Ela ficou internada no Hospital Santa Mônica, em Vila Velha. Nas imagens, feitas durante sepultamento é possível ver que as pessoas transportam o caixão sem roupas especiais e equipamentos de segurança, determinados pelos órgãos de saúde pública em caso de morte por coronavírus.
Eles só usam máscaras e um deles, apenas uma luva de borracha. A sobrinha da vítima, Anna Paula Moser, conta que alguns familiares precisaram ajudar no sepultamento. Não era para ter liberado. Não se enterra ninguém de noite e ainda numa situação dessa, sem proteção nenhuma de coveiro, sem proteção nossa, contou.
Desde o início da pandemia, os sepultamentos em Cachoeiro de Itapemirim seguem o que determina um decreto que diz que, se a causa da morte for o novo coronavírus, o corpo não pode ser velado e precisa sair direto da funerária para o sepultamento. Até mesmo em caso de mortes por outras doenças ou situações, a cerimônia de despedida deve seguir uma série de regras, como menor tempo de velório e número restrito de pessoas.
Segundo a prefeitura, o cemitério municipal funciona até às 17h e segue as orientações da Secretaria Estadual de Saúde para sepultamentos de vítimas da Covid-19. Informou que em casos como esse, quando o corpo chega ou é liberado mais tarde, a prefeitura precisa ser comunicada.
Quanto aos equipamentos de proteção não usados pelos servidores, a prefeitura de Cachoeiro de Itapemirim informou que está apurando o fato. Em situações como essa, a orientação, segundo o município, é que a funerária mantenha o corpo refrigerado em suas instalações até o dia seguinte, para que seja feito o sepultamento dentro das normas previstas. Um procedimento que deveria ter ocorrido no caso citado na reportagem, evitando, assim, todo esse transtorno para os familiares.
A funerária explicou que o corpo foi liberado quase ao final da tarde, por volta das 17h, e por conta do trânsito intenso na Grande Vitória, chegou durante a noite em Cachoeiro de Itapemirim para o enterro. A funerária não explicou porque foi feito o traslado do corpo no fim da tarde, mesmo com as recomendações da prefeitura sobre o horário de sepultamento.
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